Jornal Correio Braziliense

Politica

Berzoini diz que doença de Dilma não altera planos do PT de escolher candidato

;

A escolha do candidato do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua mantida para fevereiro de 2010. A avaliação da direção do partido é que o anúncio do tratamento de saúde da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) contra um linfoma --um câncer nos gânglios linfáticos-- não terá efeitos no processo interno. Dilma é pré-candidata petista e tem o apoio de Lula. O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse nesta segunda-feira, que os planos do partido estão mantidos e que o candidato do PT será quem apresentar melhor sintonia com os projetos sociais e com a política econômica desenvolvida pelo governo Lula. "[O tratamento] não antecipa nem adia nada. Vamos seguir tudo que foi planejado. A definição do candidato será em fevereiro. Temos um projeto para o candidato do PT e o nome que melhor traduz o que procuramos é o da ministra Dilma", afirmou. Na avaliação de Berzoini, o momento ainda é prematuro para se discutir alternativas, inclusive em relação aos partidos da base. Após a confirmação da doença da ministra, líderes de partidos aliados disseram que a notícia causava insegurança em torno da pré-candidatura petista. "Nós vamos trabalhar com tranquilidade e vamos administrar da melhor maneira possível. O nosso ritmo para costurar alianças será o mesmo de um ano pré-eleitoral, com conversas para sentirmos o clima. Uma definição mesmo só deve surgir em 2010", disse. A Folha Online apurou que parte da direção do PT, no entanto, defende mudanças na agenda de trabalho da ministra, que além de comandar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) --principal programa do governo Lula-- também acumula o monitoramento de estatais, programas do governo em diversas áreas e administração de questões políticas. Ao confirmar no sábado que vai passar por sessões de quimioterapia para enfrentar o câncer, Dilma afirmou que vai manter o ritmo de trabalho, mas desconversou sobre a pré-candidatura e disse que não confirmaria sua participação na disputa "nem amarrada". A expectativa é que a quimioterapia da ministra comece em dez dias. Em março, Dilma passou por uma cirurgia para a retirada de um nódulo em sua axila. Exames constataram que não havia outros focos da doença em seu organismo. Dilma colocou um "porth cath" -- cateter de longa permanência que facilita o tratamento quimioterápico ou com antibióticos.