Após o indiciamento do banqueiro Daniel Dantas e mais cinco diretores do banco Opportunity nesta segunda-feira, o procurador da República Rodrigo de Grandis afirma que a apresentação da denúncia será questão de tempo. Segundo ele, a investigação da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, já reuniu elementos suficientes que comprovam os crimes financeiros atribuídos aos indiciados.
O prazo legal para a manifestação da Procuradoria é de 15 dias a partir do indiciamento, mas Grandis afirma que ainda vai aguardar o relatório final do delegado Ricardo Saadi --responsável pelas investigações-- antes de apresentar a denúncia.
Procurador afirma que vai aguardar relatório final da PF para apresentar denúncia.
"Eu tenho conhecimento sobre as provas levantadas, mas não posso adiantar que a minha opinião será a mesma do delegado Saadi. O Ministério Público, em geral, tem liberdade para se manifestar independentemente do que foi colocado no ato do indiciamento, mas é um norte da investigação", afirma o procurador, que descarta qualquer hipótese de não apresentar a denúncia.
Além de Dantas, a PF também indiciou nesta segunda-feira Verônica Dantas, irmã do banqueiro, e os executivos Daniele Ninio Silbergleid, Arthur Joaquim de Carvalho, Eduardo Penido e Norberto Aguiar. Todos eles foram indiciados pelos crimes de gestão fraudulenta, evasão de divisas, empréstimo vedado, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Grandis afirmou ter ficado frustrado com o fato de os seis suspeitos não terem respondidos as perguntas feitas durante o interrogatório na PF. Segundo ele, os maiores prejudicados foram os próprios interrogados. "Fiquei frustrado por não ter ouvido uma versão coerente dos fatos que foram apurados durante a investigação." Ao todo, a PF afirma já ter indiciado 13 pessoas investigadas pela prática dos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta, empréstimo vedado e formação de quadrilha.
Amanhã, outras quatro pessoas serão ouvidas na sede da PF em São Paulo, são elas: o presidente do banco Opportuniy, Dorio Ferman, o vice-presidente, Carlos Rodenburg, o ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz, além do executivo Itamar Benigno Filho.
Em outro inquérito derivado da Satigraha, a PF indiciou 24 pessoas pelos crimes de evasão de divisas, operar instituição financeira sem autorização, falsidade ideológica, fraude na administração de sociedade anônima e formação de quadrilha. Neste inquérito, a PF apurou supostos crimes envolvendo o megainvestidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.