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Politica

Defesa de Protógenes quer ter acesso a processo disciplinar

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A defesa do delegado Protógens Queiroz entrou hoje com pedido na Corregedoria da Polícia Federal para ter acesso ao processo disciplinar que ele responde por ter participado de um comício político, em Minas Gerais. O comando da PF decidiu afastar Protógenes da instituição até que a investigação seja concluída. O advogado de Protógenes, Luiz Gallo, disse que o delegado foi comunicado na segunda-feira sobre o afastamento. Gallo afirmou que precisa ter acesso ao processo para definir a estratégia da defesa. "Ainda não tive acesso, portanto, fica difícil falar sem analisar a decisão formal", afirmou. Deputados também saíram em defesa de Protógenes. A deputada Luciana Genro (PSOL-RS) vai procurar na tarde desta terça-feira o corregedor-geral da PF, Valdinho Jacinto Carvalho, para tentar entender os motivos do afastamento. O processo contra o delegado pode resultar na demissão do delegado se, ao final das investigações, ficar comprovado que ele infringiu as normas da PF ao falar pela instituição durante o comício político. Protógenes é investigado porque teria dado apoio ao candidato do PT Paulo Tadeu Silva D´Arcádia, candidato a prefeito de Poços de Caldas (MG), em comício realizado em setembro passado. O processo tem prazo de duração de 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Protógenes já responde a um segundo processo disciplinar na Polícia Federal por suspeitas de vazamento de informações da Operação Satiagraha e foi indiciado por quebra do sigilo funcional e violação da Lei de Interceptações. Sobre o comício, o delegado nega que tenha falado em nome da instituição durante e ameaça recorrer à Justiça caso seja demitido pela PF no final do processo. Protógenes disse que o processo é uma "indignação", um ato que merece "uma reparação do Poder Judiciário". Na semana passada, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, disse que há indícios da participação de Protógenes em uma campanha política no interior de Minas Gerais em 2008. "Segundo consta, houve uma participação dele em um programa. A Corregedoria (da PF) está instaurando um procedimento (para apurar o caso)", afirmou Corrêa. De acordo com o diretor-geral da PF, os servidores públicas da ativa não podem se envolver em campanhas políticas.