A CPI das Escutas Telefônicas ouve na quarta-feira (8/4), às 14h, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz. O depoimento é o segundo do delegado à comissão. O presidente CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), informa que um dos objetivos dos parlamentares é pedir explicações a Protógenes sobre as contradições entre os depoimentos prestados à comissão e à Polícia Federal.
O delegado comandou a Operação Satiagraha, que resultou na prisão de 20 pessoas acusadas de crimes financeiros. Entre eles, o empresário e investidor financeiro Naji Nahas, o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. No inicio deste mês, a PF indiciou criminalmente Protógenes e mais quatro escrivães pelos crimes de quebra de sigilo funcional e violação da Lei de Interceptações.
Protógenes Queiroz informou em seu blog que prestará depoimento acompanhado dos senadores José Nery (Psol-PA), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Pedro Simon (PMDB-RS). Ele diz que, se questionado pelos parlamentares, dará nomes aos personagens envolvidos na investigação. "Vou atender pontualmente cada membro da comissão. Vou dar nomes e individualizar condutas". A reconvocação do delegado foi pedida pelos deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Vanderlei Macris (PSDB-SP) e Nelson Pellegrino (PT-PE).
Terça-feira
Na terça-feira (7), a comissão ouve o delegado da Polícia Federal Renato Porciúncula, ex-diretor de Inteligência do órgão. Em setembro de 2008, o agente aposentado do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) Francisco Ambrósio do Nascimento afirmou que se reuniu com dois diretores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e com o delegado Renato Porciúncula. O objetivo do encontro, segundo Ambrósio, foi tratar das explicações que daria à Polícia Federal sobre a informação da revista Istoé de que ele seria o responsável pelo grampo da conversa entre o ministro Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres. A reunião aconteceu em uma casa de massas de Brasília, no dia 5 de setembro, e Campana não teria falado nada.
Ambrósio teria sido orientado por Fortunato e Porciúncula a ir voluntariamente à PF, no último dia 6, para falar com os delegados responsáveis pela investigação da denúncia de grampo, Willian Marcel Morad e Rômulo Berredo. Porciúncula teria se oferecido para acompanhá-lo, mas não compareceu à PF e Ambrósio depôs sozinho na tarde do dia 6 de setembro.