Quatro deputados afirmaram ter protocolado uma representação na Corregedoria Geral do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região contra o juiz Ali Mazloum por possível quebra de sigilo na Operação Satiagraha, da Polícia Federal.
Segundo os parlamentares, Mazloum teria, ao responder solicitação do presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), encaminhado documentos de sua investigação e também documentos sigilosos da Satiagraha, que foram apreendidos na residência do delegado Protógenes Queiroz.
O juiz foi designado para investigar o vazamento de informações da Satiagraha. A representação dos parlamentares questiona se a conduta de Mazloum configurou uma possível violação ao segredo de Justiça da Operação Satiagraha, determinada pelo juiz Fausto De Sanctis, já que ele só poderia ter enviado documentos referentes a sua investigação.
Para os deputados Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), Domingos Dutra (PT-MA) e Chico Alencar (PSOL-RJ), integrantes da CPI das Escutas Telefônicas da Câmara, e o líder do PSOL, Ivan Valente (SP), se o juiz enviou, além dos documentos que eram seu objeto de investigação, também documentos da Satiagraha, estaria configurada a quebra de sigilo e invasão de competência.
A reportagem já entrou em contato com a assessoria do TRF para comentar a ação dos parlamentares e aguarda um retorno.
Operação
A operação prendeu, entre outras pessoas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, o investidor Naji Nahas e o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
Eles são suspeitos de praticar os crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas, formação de quadrilha e tráfico de influência para a obtenção de informações privilegiadas em operações financeiras.
Protógenes foi afastado do comando da Satiagraha após supostos excessos cometidos na operação.