A substituição da secretária estadual de Educação Maria Helena Guimarães de Castro por Paulo Renato Souza, deputado e ex-ministro da Educação do governo Fernando Henrique Cardoso, ocorrida hoje, deverá fortalecer as pretensões do governador paulista, o tucano José Serra, de ser cabeça de chapa da legenda nas eleições presidenciais de 2010. Na avaliação de fontes ligadas ao PSDB e ao DEM, a entrada de Paulo Renato no Executivo estadual busca justamente dar ao secretariado um status mais político, aparando eventuais arestas no ninho tucano e fortalecendo o governador na briga com outros pretendentes, como o governador mineiro Aécio Neves
As fontes lembram que assim como ocorreu com Geraldo Alckmin, que disputou com Serra a vaga pela disputa ao Palácio do Planalto nas eleições gerais de 2006 e recentemente integrou a equipe do governo paulista, como secretário de Desenvolvimento, Paulo Renato também disputou a preferência pela cabeça de chapa dos tucanos nas eleições presidenciais de 2002, mas foi preterido por Serra.
Apesar da antiga relação de amizade entre Serra e Paulo Renato remontar aos tempos do exílio no Chile, na campanha de 2002 a disputa interna pela cabeça de chapa do PSDB à sucessão de FHC foi muito acirrada, inclusive com a troca de farpas. "O Serra está aparando todas as arestas internas e se fortalecendo para que o PSDB esteja totalmente coeso em 2002, trazendo para o seu lado nomes como o de Alckmin e Paulo Renato", diz uma das fontes
Apesar da avaliação, Serra nega que a entrada de Paulo Renato em sua equipe de governo tenha algum viés político. Hoje, em visita a Ribeirão Preto, no interior do Estado, onde participou da inauguração de obras viárias, ele negou o viés político para justificar o reforço de sua equipe com Paulo Renato e Alckmin. Porém, deixou escapar que tomaria essa mesma decisão na eventualidade de ser o candidato da legenda à Presidência da República. "Eu estaria fazendo o máximo para governar bem São Paulo, mesmo que eu não fosse me candidatar a nada, mesmo que fosse para reeleição e mesmo que fosse para presidente.
Time
O governador paulista também afirmou que não prevê novas trocas em sua equipe. "Que eu saiba não haverá outras trocas, mas às vezes a imprensa escala", ironizou. Em Ribeirão Preto, Serra voltou a elogiar o trabalho da secretária, que permanece até o dia 15 de abril no cargo, e afirmou que a mudança "mantém o time". "O Paulo tem uma experiência enorme, pois por oito anos foi ministro da Educação e ela foi a secretária-executiva (dele). É o mesmo time, ela dará uma consultoria especial e vamos continuar essa marcha", disse