A provável saída da ministra Ellen Gracie do Supremo Tribunal Federal (STF) neste ano desencadeou uma pressão de setores do governo sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela indicação de uma mulher para a vaga. Ellen foi indicada pelo governo para um posto no Órgão de Apelação da Organização Mundial do Comércio (OMC) e, se eleita, deixará o caminho livre para a oitava indicação de Lula para o STF. O movimento, porém, foi deflagrado tarde, depois que o nome do advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, já estava praticamente consolidado dentro do Palácio do Planalto para assumir o lugar.
Mesmo assim, sem efeito imediato, as pressões deverão ser lembradas na disputa pela próxima vaga, do ministro Eros Grau, que completa 70 anos em agosto de 2010 e deve ser aposentado compulsoriamente. E o nome que já surge é o da ministra Nancy Andrighi, indicada para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 1999, no governo Fernando Henrique Cardoso.
Apesar disso, Nancy não tem ligações com PT ou PSDB, dizem ministros do STJ e do próprio STF. Além disso, o governo substituiria uma gaúcha por outra, o que é levado em consideração no preenchimento de vagas dos tribunais superiores. Tanto Ellen quanto Nancy nasceram no Rio Grande do Sul.