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Mensalão mineiro: ex-secretário é alvo de nova acusação

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O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que inclua no inquérito que apura o esquema do mensalão mineiro uma nova acusação por peculato contra Eduardo Guedes, o ex-secretário de comunicação do governo de Minas Gerais, na gestão de Eduardo Azeredo. Souza tomou a iniciativa depois de ter analisado documentos recentes que, segundo ele, comprovam que Guedes também teria se envolvido com um desvio de R$ 500 mil do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge). De acordo com o procurador, na época em que Guedes era secretário, ele remeteu um ofício ao presidente do Bemge determinando que um evento fosse patrocinado pelo banco. A denúncia no inquérito do mensalão mineiro foi feita em 2007 contra um grupo de pessoas acusadas de peculato e lavagem de dinheiro. Entre elas estão o ex-governador e senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. Conforme as acusações do Ministério Público, o esquema do mensalão mineiro teve a participação do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, que também foi acusado de envolvimento com o mensalão federal. O esquema teria funcionado na época da campanha de Eduardo Azeredo à reeleição ao governo mineiro. Segundo o Ministério Público, teriam sido desviados pelo menos R$ 3,5 milhões dos cofres públicos para a campanha. "Com os supostos contratos de publicidade aprovados, Marcos Valério antecipava os recursos financeiros aos participantes do esquema e para a campanha de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade, distribuindo-os a seus ''colaboradores''. Para tanto, efetuava empréstimos junto a instituições financeiras que posteriormente eram pagos com os recursos públicos obtidos ilicitamente ou pela própria instituição bancária", descreveu o procurador-geral na denúncia apresentada no STF.