O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu nesta quinta-feira (12/03) a utilização de seguranças da Casa para reforçar a vigilância sobre propriedades de sua família no Maranhão. Sarney disse que vem recebendo ameaças de que sua casa no Maranhão seria explodida, por isso considerou necessário o envio de homens do Senado para reforçar a segurança nos imóveis da família.
"A Polícia do Senado, que não é armada, é feita para garantir os senadores. Como está sendo divulgado até hoje que vão explodir a minha casa, eu pedi aos seguranças que dentro da sua função normal fossem averiguar a veracidade disso e fizessem um rastreamento do que está ocorrendo na minha casa, como de qualquer senador", afirmou.
Reportagem publicada hoje pelo jornal "O Estado de S. Paulo" afirma que Sarney ordenou a quatro seguranças para reforçarem a defesa dos imóveis da família na cidade. A equipe viajou para o Maranhão no dia 9 de fevereiro, véspera do julgamento do processo de cassação do governador do Estado, Jackson Lago (PDT), pelo Tribunal Superior Eleitoral. A filha de Sarney, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), vai assumir o governo do Maranhão caso o tribunal rejeite os recursos apresentados pelo governador - uma vez que ficou em segundo lugar na eleição estadual. Segundo a reportagem, a viagem dos seguranças custou R$ 4.000 ao Senado.
Sarney disse que as ameaças de explosão da sua casa são publicas e foram denunciadas, inclusive, em discurso realizado pelo deputado Domingos Dutra (PT-MA) no plenário da Câmara. "Nós temos mandado muitas vezes em alguns lugares, todos os dias pedimos garantias. Não é só aqui dentro que se tem ameaça, temos ameaças em todos os lugares. Eu não quero nominar ninguém, não quero entrar nesse debate. Mas é por conta do processo político", afirmou.
O senador disse que os seguranças "nada mais fizeram do que cumprir sua obrigação" de defender o presidente da Casa Legislativa. Sarney afirmou que já comunicou o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e diversas autoridades sobre as ameaças que recebeu no Estado. Segundo o senador, as ameaças tiveram início no ano passado, durante a gestão do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) na presidência do Senado - quando o parlamentar teria pedido reforço na segurança.