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PSDB pede 'humildade' de Lula e gabinete contra crise

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O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou hoje que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) mostra que o "Brasil está rigorosamente em recessão técnica" e cobrou do governo a criação de um gabinete de crise, a exemplo do que fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que montou um grupo de trabalho para enfrentar o apagão elétrico. "O governo deveria convocar, com humildade, um gabinete da crise, incluindo os partidos de oposição", afirmou o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM). Os dois senadores cobraram do presidente Luiz Inácio Lula da Silva um conjunto de ações e não pouparam ataques ao governo. "Ao longo dos últimos meses o governo subestimou a crise financeira e não mobilizou no interesse de superá-la. Não dá mais para afirmar que a crise é externa, já significa redução de investimentos e do consumo. Tudo isso nos preocupa", afirmou Guerra. "E do ponto de vista do povo, o nome disso é desemprego. O dirigente do PSDB disse que o presidente está mais voltado para a manutenção de seus índices de popularidade, anunciando obras que sequer foram realizadas e não honrando compromissos públicos. "Até agora o presidente só fez discurso para aumentar sua aceitação popular", disse. O senador afirmou que o crédito continua longe dos tomadores, não irrigando a economia, apesar de o Banco Central (BC) ter liberado R$ 100 bilhões em compulsórios para os bancos privados. "Não adianta o presidente Lula reclamar de juros baixos e pedir a redução de spreads (a diferença das taxas de captação e de empréstimo cobradas pelos bancos). Ele tem instrumentos para agir e fazer o que é necessário. Não dá para enfrentar mais a crise com discurso do presidente, que é um excelente comunicador. Mas ele não vai pagar a conta de ninguém. PAC Para Guerra, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é um programa de "comícios" e não estaria realizando o que o Congresso autorizou. Pelos seus cálculos, em 2008, de um total de R$ 17,1 bilhões autorizados, apenas R$ 3,8 bilhões foram executados e pagos. Segundo ele, somente se chegou aos R$ 18,4 bilhões, anunciados em 2008, após os restos a pagar de anos anteriores, com forte componente de transferências a Estados e municípios, que executaram 43% do total. Até agora, segundo dados do PSDB, o PAC executou R$ 86 milhões, o que é insignificante numa economia global de R$ 3 trilhões.