O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ponderou, hoje, que o nome do ex-ministro Antonio Palocci foi mencionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva apenas como uma possibilidade e não como fato fechado para disputar a vaga ao governo do Estado de São Paulo nas eleições de 2010. "O presidente não disse que (Palocci) deve ser (candidato), mas que pode ser", minimizou o petista, ao comentar a manchete de hoje do jornal O Estado de S.Paulo, antes de participar do seminário "Um Novo Rumo para o PT", na capital. O nome de Mercadante também é um dos que aparecem nas discussões à sucessão do governador José Serra.
De acordo com o jornal, o presidente teria mandado um recado para suas bases indicando a preferência por Palocci na disputa ao Palácio dos Bandeirantes. "Se ele tivesse definido o nome, não o comunicaria para mim. Ele chamaria o partido e diria: minha definição é essa", argumentou Mercadante. E continuou: "Não será pela imprensa que a militância (do PT) saberá quem será o candidato", disse o senador, depois, em discurso, no seminário, para uma plateia formada por aproximadamente 200 pessoas.
Mercadante explicou que o presidente Lula tem um "carinho, um respeito, uma confiança" muito grandes por Palocci. "O presidente, como eu, acha que o ministro Palocci pode ser seu candidato para o governo de São Paulo", afirmou, enumerando o que seriam as qualidades do ex-ministro: experiência, competência e história partidária para pleitear esse cargo. "O presidente jamais tomaria uma decisão como essa sem ouvir amplamente as lideranças do partido. Portanto, no momento em que ele achar oportuno, vai considerar as lideranças do partido e vai encaminhar esse processo.
O senador petista explicou que o assunto surgiu entre ele e o presidente apenas porque os dois estão sempre conversando sobre as questões relativas a São Paulo. "E um dos nomes que o PT tem e que poderá disputar o governo paulista é o ministro Palocci", disse. Ele afirmou que o partido ainda não abriu o processo formal de escolha do candidato
Apesar de ter minimizado o fato de ter sido a pessoa para quem o presidente expôs sua preferência, Mercadante fez questão de mencionar que tem total sintonia com Lula: "Não conheço nenhum momento importante da história de 27 anos do PT que a opinião dele (Lula) fosse contrária à minha". E mencionou outros virtuais nomes para disputar o governo paulista: a ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e o prefeito de Osasco, Emídio de Souza. Questionado se também não seria um nome forte para essa disputa, já que concorreu ao cargo nas eleições passadas, Mercadante explicou que está à disposição do partido para "desde distribuir panfletos até ser candidato". Porém, emendou: "Sou candidato ao Senado Federal. Todos sabem disso e o presidente também. Minha posição neste momento é essa, mas meu nome está à disposição do partido para qualquer tarefa."
Sobre o envolvimento de Palocci em episódios que estão sendo analisados pela Justiça, Mercadante se mostrou confiante. "Não temos certeza de nada porque a Justiça é absolutamente soberana, mas temos confiança de que a decisão da Justiça será favorável a Palocci." Para 2010, ele voltou a dizer que a ministra Dilma Rousseff é "a cara do governo". "Não só por estar na chefia da Casa Civil, mas por articular o PAC, que é o programa mais estratégico neste momento", argumentou