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Após demissões, Maranhão anuncia auditoria na Paraíba para 'reorganizar' estado

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O ex-senador José Maranhão (PMDB), que assumiu o governo da Paraíba na quarta-feira (18) após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassar o mandato de Cássio Cunha Lima (PSDB), já estabeleceu sua principal tarefa à frente do governo: reorganizar o Estado. Logo no seu primeiro dia de trabalho, exonerou, por meio de decreto, servidores comissionados da administração direta e indireta. O número total de funcionários que perderam o cargo ainda não foi calculado pelo novo governo paraibano, mas, segundo assessores de Maranhão, são pelo menos 6.000 os cargos comissionados só na administração direta, embora ainda não saibam se todos estavam preenchidos. Agora, o novo governador pretende realizar uma auditoria nas contas e nos atos administrativos aprovados no governo tucano. "Eu não estou tomando essa decisão por ter recebido alguma denúncia formal, preciso desse diagnóstico, da situação financeira e administrativa do Estado porque não houve transição, eu assumi abruptamente", afirmou Maranhão à reportagem. Ele reclama que, após assumir, encontrou dificuldades para ter acessos aos dados do governo, pois senhas que dão acesso aos sistemas da administração tinham sido trocadas. O site do governo que, segundo assessores, também teve a senha de acesso trocada, está fora do ar desde ontem para que possa ser refeito. "Dificuldades que nós estamos encontrando é exatamente a desorganização administrativa do Estado.", afirma Maranhão. Segundo ele, o maior problema da Paraíba está na saúde e na segurança pública, áreas em que já prevê medidas como a retomada de obras de hospitais que estão paralisadas e o reaparelhamento da Polícia Militar. Maranhão, que ocupa a cadeira de governador pela terceira vez, afirma ainda não estar pensando em renovar seu mandato em 2010. "Não faço esse tipo de projeto. Meu projeto agora é reorganizar o Estado." Outro lado Por meio de sua assessoria, Cunha Lima nega as acusações de que tenha dificultado o acesso aos dados do governo trocando as senhas de acesso. Segundo a assessoria do ex-governador, a exoneração dos secretários, autorizada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Arthur da Cunha Lima (PSDB), previa a permanência nos cargos até a nomeação dos novos ocupantes das pastas. Quanto a alegação de desorganização administrativa, a assessoria do tucano afirma que a Paraíba é um dos poucos Estados da federação com equilíbrio financeiro.