O PT apresentou nesta quarta-feira um pacote de sugestões ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB), para minimizar os efeitos da crise econômica global no Estado. O partido reuniu prefeitos paulistas, deputados estaduais e a direção da legenda para analisar o "PAC do Serra", classificado pelos petistas como uma boa iniciativa mas "tímida".
No documento, os petistas criticam o fato de o Estado ter encerrado 2008 com mais de R$ 7 bilhões em caixa e, mesmo com a expectativa de que este ano a receita seja igual, o governo contingenciou o Orçamento e "se recusou a utilizar recursos para combater a crise".
"Não há razão alguma para que o governador José Serra contingencie o Orçamento e não amplie o ritmo de contratação e de execução dos investimentos já planejados", diz o PT no documento.
O líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Roberto Felício, disse que o pacote anticrise apresentado por Serra na semana passada é tímido porque não tem propostas para financiar novos projetos além dos que já estavam previstos no Orçamento.
"Evidente que o "PAC [do Serra]" é tremendamente tímido porque o Estado não dispõe de instrumentos de financiamento de novos projetos, uma vez que parte das propostas já estão previstas no Orçamento, como o rodoanel e o metrô --que inclusive tem recursos federais. Ele [Serra] está fazendo gentileza com chapéu alheio", disse Felício.
O deputado disse que o Estado de São Paulo, como "principal economia do país", tem "obrigação de contribuir" com o país e apresentar um conjunto de ideias de combate à crise. "Esse deve ser um enfrentamento de todos os níveis de governo", afirmou.
Entre as sugestões apresentadas pelos petistas estão: acelerar os investimentos em obras públicas já contratadas e em execução; criar pelo menos 70 mil novas vagas em frentes emergenciais e temporárias de trabalho; ampliar os programas sociais, como o o número de vagas do Programa Qualificação Profissional; estimular o desenvolvimento local e regional; apoiar as micro e pequenas empresas; e incentivar a agricultura familiar.
O encontro reuniu 46 prefeitos do PT no mesmo dia que o governador José Serra reuniu outros 523 prefeitos e secretários de saúde de municípios paulistas para anunciar repasses de recursos estaduais para reforma de UBSs (Unidades Básicas de Saúde).
Na ocasião, Serra criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT por "piratear" obras do Estado, escondendo sua autoria.