Levantamento realizado pela ONG (organização não-governamental) Transparência Brasil mostra que 85 parlamentares que disputaram as eleições de 2008 mentiram à Justiça Eleitoral sobre a declaração de bens. Segundo o estudo, eles doaram às suas campanhas eleitorais mais do que declararam ter.
A ONG pesquisou os dados de 2.368 parlamentares em exercício na Câmara dos Deputados, no Senado, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras de Vereadores das capitais. Desse total, 1.531 fizeram doações e, destes, 782 foram candidatos nas eleições municipais do ano passado e doaram para suas próprias campanhas.
O estudo concluiu que 85 (11%) dos 782 parlamentares que disputaram as eleições superaram em doações o total dos bens que declararam possuir.
Nas médias de doações por Estados, o levantamento mostrou que os parlamentares do Maranhão foram o que mais doaram para suas campanhas: 80,2% do patrimônio declarado. Em segundo lugar estão os de Rondônia (38,6%) e, em terceiro, os de Pernambuco (31,7%). Os parlamentares de Goiás, Bahia e Piauí aparecem empatados em quarto lugar com 29,3%.
Na análise feita por partidos, o estudo mostrou que o PMN foi a legenda que, na média, teve mais parlamentares que fizeram doações acima da média: 151,4%, seguido do PSC (58,3%), PRTB (45,5%), PRB (38,7%) e PSL (36,3%).
"Pelo menos no caso dos candidatos que doaram mais recursos do que declararam possuir, é certo que mentiram ou têm patrimônio maior do que declararam ou o dinheiro que disseram ter doado não era realmente deles", diz o relatório da ONG.
O levantamento também mostrou que dos 1.531 parlamentares em exercício que fizeram doações, 749 não foram candidatos, mas financiaram outros políticos.