postado em 05/02/2009 14:33
O deputado Edmar Moreira (DEM-MG), novo corregedor da Câmara, rebateu nesta quinta-feira as acusações de que deixou de declarar à Justiça Eleitoral a posse de um castelo, no interior de Minas Gerais, estimado em US$ 25 milhões.
Moreira disse que construiu o castelo entre 1982 e 1990, mas só veio a eleger-se para a Câmara em 1991 --quando teria declarado o imóvel à Justiça. Em 1993, Moreira disse que repassou o castelo para os filhos Leonardo e Júlio Moreira, por isso o bem não consta na sua declaração de renda.
"Eu tenho tudo lançado no imposto de renda. Tenho a certidão negativa do INSS do término da obra. E tenho a fonte de renda para construir o castelo. Sou empresário de segurança e houve uma época em que tive oito mil funcionários", disse para justificar o montante necessário para a construção do castelo.
Moreira garante que, no período em que foi proprietário do castelo, quando estava em obras, declarou o imóvel à Receita Federal e à Justiça. Segundo o deputado, o imóvel não está estimado em US$ 25 milhões, mas sim entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões. "Isso em reais, não em dólares", afirmou.
O objetivo da construção do castelo, de acordo com o parlamentar, foi contribuir para o turismo na região de São João Nepomuceno (MG), onde fica o imóvel. "A região é muito bonita, montanhosa, tínhamos o objetivo de transformá-la num centro turístico", afirmou.
O deputado disse que colocou o castelo à venda sem estar com a obra acabada, uma vez que o novo proprietário deve definir se vai manter o projeto inicial de transformá-lo em um hotel --já que o imóvel tem 36 cômodos. O democrata nega que, no interior do castelo, exista um cassino funcionando irregularmente. O corregedor também rebateu denúncia publicada pela Folha de S. Paulo de que teria se apropriado ilegalmente de contribuições ao INSS feitas por seus empregados da empresa de vigilância.
Na denúncia contra Moreira, que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal), consta que os impostos foram descontados dos funcionários da F.Moreira Empresa de Segurança e Vigilância Ltda., sediada em São Paulo, mas não repassados ao governo. Esta dívida, segundo a Previdência, é de R$ 1 milhão (valor de 2005, incluindo o imposto não pago, juros e multas).
"Eu não fui nem ouvido no processo. O pagamento dessa dívida foi feito, eu juntei todos os comprovantes na Justiça. É um valor "x´, que eu não vou quantificar, que foi pago", afirmou.