Jornal Correio Braziliense

Politica

Diretórios tucanos tendem a apoiar prévias para 2010

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No momento em que a cúpula do PSDB se articula para evitar estragos de uma prévia na escolha do candidato que disputará a Presidência em 2010, as principais lideranças tucanas nos Estados defendem a realização de primárias, caso não haja consenso em torno do nome que concorrerá ao Planalto. Levantamento feito pelo Estado com 24 dos 27 diretórios estaduais do PSDB mostra que 18 presidentes e secretários-gerais do partido nos Estados querem participar do processo de escolha. Como ainda não realizaram um debate formal, a consulta foi feita por meio da opinião dos líderes. A ideia de prévias é defendida principalmente por aliados do governador mineiro Aécio Neves, pré-candidato do partido ao lado do colega paulista, José Serra. Não é da tradição do PSDB realizar prévias - e muitos tucanos duvidam que elas chegarão a ser realizadas. Sempre que a eleição se aproxima cogita-se convocá-las, mas as principais decisões acabam sendo tomadas pela cúpula, como no episódio de 2006, quando Serra, Aécio, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Tasso Jereissati (CE) foram vistos em um restaurante discutindo os rumos da eleição daquele ano. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), nega que o partido tomará uma decisão de cúpula. "Já está decidido. Em 2010 se não houver consenso, as prévias estarão prontas para serem testadas", disse. Aliado de Aécio, o deputado Rodrigo de Castro, secretário-geral do partido, defende a consulta. "Não havendo consenso, é o melhor caminho. Para as lideranças estaduais, essa é a saída no caso de Aécio insistir na disputa. "Se não houver consenso, as prévias são razoáveis", opina Antonio Imbassahy, presidente do PSDB baiano. "Espero que haja juízo nessas duas mentes brilhantes (Serra e Aécio). Senão, as prévias são um instituto moderno", disse o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, presidente do PSDB de Mato Grosso. Quatro líderes partidários estaduais disseram ser contra as primárias. Outros dois declararam-se indecisos e três não se manifestaram - entre eles o diretório paulista, que, nos bastidores, é contra.