Eleito ontem como primeiro-secretário do Senado, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) mandou suspender a licitação no valor de R$ 2,49 milhões para compra de 1.724 cadeiras e 62 sofás. Heráclito disse que quer se informar sobre a transação, que só se tornou pública na véspera da troca dos membros da Mesa Diretora da Casa e que ontem mesmo se encerraria, com a abertura dos envelopes dos interessados em disputar a licitação.
A decisão de adquirir os móveis se deu sob o comando do ex-primeiro-secretário Efraim Morais (DEM-PB) e do atual diretor-geral, Agaciel Maia. Segundo Agaciel, as cadeiras e sofás foram pedidos pelos gabinetes e pela TV Senado, sendo que a área encarregada de atendê-los decidiu fazer uma única compra para barateá-la. "Não foi uma decisão política. Como essa há várias licitações, como a assinatura de jornais, que independem da troca ou não da Mesa", afirmou.
O móveis teriam de ser entregue no prazo máximo de 60 dias, a contar da data do contrato com o Senado. E as exigências são muitas: os senadores, por exemplo, terão "cadeira de couro preto costura dupla, encosto alto, com base giratória que permite movimentos silenciosos e giros de 360 graus". Tantas especificações terminam alimentando a suspeita de se tratar de uma licitação dirigida. Agaciel nega. "Não há nenhuma maldade nessa compra", afirmou. O ex-primeiro-secretário não quis comentar a licitação.