O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM-SP), e o presidente nacional do Democratas, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), defenderam neste sábado o nome do governador paulista, José Serra (PSDB), para liderar a aliança de oposição à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2010.
Apesar de não citarem diretamente o governador como candidato à presidência da República, ambos sinalizaram que Serra seria o nome apoiado por uma frente que contaria ainda com o PPS, entre outros partidos. A intenção é ter o PMDB como aliado em 2010.
A aliança com Serra em São Paulo foi citada como exemplo. "Se o Serra sair candidato a presidente, continuaremos a aliança em São Paulo e teremos o governador como coordenador desse entendimento", disse Kassab, que participa, ao lado de Maia, em Ribeirão Preto (SP), de um encontro regional do DEM.
Congresso
Maia sinalizou ainda que deve insistir em ter o PMDB como aliado em 2010, com uma defesa enfática da candidatura de peemedebistas para as presidências da Câmara e do Senado, já que o partido tem o maior número de parlamentares em ambas as Casas. "O partido (DEM) respeita a proporcionalidade e cabe ao PMDB a presidência da Câmara e do Senado. Nós o apoiamos e estamos trabalhando para que o deputado Michel Temer (PMDB-SP) seja o presidente da Câmara dos Deputados, pois é o nome que neste momento de crise pode dar um ponto de equilíbrio ao Congresso e ainda colaborar com o governo federal", disse o deputado.
Maia criticou as declarações do atual presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), dadas na quinta-feira, que praticamente condicionou o apoio dos deputados do PT a Temer à desistência do PMDB da presidência do Senado. "Há dois anos essa condicionalidade não existia para elegê-lo (Chinaglia) presidente da Câmara e entendemos que a urna é importante e o resultado que saiu é com o PMDB em uma Casa e na outra", disse. "Aliás, se o PMDB do Senado abrir mão da presidência, temos o Democratas como segundo (maior) partido, o PSDB como o terceiro e o PT apenas como o quarto. Não acho que essa vinculação seja boa para o Congresso".
Economia
Maia e Kassab adotaram discursos diferentes ao falarem sobre os impactos da crise econômica. O prefeito paulistano, mais cauteloso, reafirmou, sem citar valores, que "São Paulo vai dar o exemplo promovendo a redução no custeio, com reavaliação nos contratos e enxugar ao máximo os cargos de confiança".
Já Maia abriu fogo contra o governo federal e criticou o efeito das medidas tomadas contra a crise, as quais não evitaram demissões. "As medidas foram sem planejamento, sem estratégia e, por isso, tiveram pouco impacto. Até porque não dá para esperar de empresário algum compromisso que não seja a rentabilidade", disse. "O presidente Lula sonhou com uma marola e o ministro do Trabalho (Carlos Lupi) acreditou", disse