O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, defendeu na quarta-feira (7) que os culpados pelo grampo ilegal ao líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), sejam identificados e punidos. Chinaglia defendeu também o aprimoramento da legislação sobre interceptações telefônicas e ressaltou que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas, em andamento na Câmara, deve propor alterações na lei.
Aníbal foi informado pela Polícia Civil de São Paulo sobre o grampo. Os policiais paulistas teriam identificado duas gravações telefônicas com trocas de informações pessoais do parlamentar. Eles informaram ter desbaratado a quadrilha, integrada por detetives particulares e funcionários de bancos e de empresas de telefonia.
Chinaglia destacou que já foi informado que muitas vezes os magistrados são enganados para autorizar grampos "quase que por atacado de uma série de números". "Se há insegurança por parte das operadores de telefonia, eu avalio que elas também têm que assumir responsabilidades. Não é possível que qualquer quadrilha se organize e a partir daí amealhe informações que vai usar ou para prejudicar pessoas, ou para ganhar dinheiro, ou as duas coisas", acrescentou.
"Grampolândia"
Aníbal também defendeu que as empresas de telefonia sejam responsabilizadas pelo grampo ilegal. "Elas precisam ser criminalizadas porque tinham que ter dispositivos e condições - e podem fazer isso - para evitar essa 'grampolândia'. Eu sou inteiramente a favor de escutas telefônicas com autorização judicial para investigar quadrilhas, crime organizado, tráfico. Mas isso ter se tornado um mercado negro de ilegalidades e ilicitudes é muito ruim. Espero que dessa vez, como envolveu a mim, parlamentar, líder do principal partido de oposição, tomemos as decisões adequadas para que isso não se repita", afirmou.
A CPI das Escutas Telefônicas teve os trabalhos prorrogados até 15 de março. No relatório final a ser votado pela comissão, devem ser propostas alterações na legislação sobre grampo.