Jornal Correio Braziliense

Politica

Posse de suplentes reforça bancada do PT na Assembleia em Minas Gerais

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Três dos quatro novos deputados estaduais empossados na segunda-feira mudam a configuração da bancada petista na Assembleia Legislativa. Dois parlamentares assumiram cadeiras com a eleição de Roberto Carvalho (PT) para vice-prefeito em Belo Horizonte e Elisa Costa (PT), em Governador Valadares. Mas o PT também aumentou a sua bancada com a eleição do deputado estadual peemedebista Luiz Tadeu Leite em Montes Claros. O PT e o PMDB se coligaram nas eleições proporcionais de 2006, conquistando nove parlamentares cada um. Agora, a bancada petista passa a 10 lugares, constituindo-se a segunda maior da Casa ; atrás do PSDB, que tem 17. A bancada peemedebista cai para oito. Os três primeiros suplentes da coligação PT-PMDB empossados foram os petistas Carlos Gomes, Maria Tereza Lara e Adelmo Carneiro Leão. O segundo suplente da coligação, Públio Chaves (PMDB), não quis assumir o mandato, porque elegeu-se prefeito de Ituitaba, no Triângulo Mineiro. Na segunda-feira foi ainda empossado um quarto parlamentar, Tenente Lúcio (PDT), ex-vereador de Uberlândia, na vaga aberta pela eleição do deputado Paulo Cesar para a prefeitura de Nova Serrana. Carlos Gomes e Adelmo Carneiro Leão estavam exercendo cargos no governo federal. À frente da vice-presidência da Caixa Econômica Federal, o primeiro deu lugar ao ex-superintendente nacional da CEF, Edilo Ricardo Valadares. O técnico de carreira é mineiro e manteve a cota do PT estadual, com o apoio sobretudo de Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência da República. Por seu turno, a vaga de Adelmo Carneiro Leão, que estava na superintendência regional do Incra, deverá ser ocupada por Gilson de Souza, do PT de Governador Valadares. Souza é ligado ao deputado federal Leonardo Monteiro (PT) e à esquerda do PT. Com três novos deputados mais ligados à tendência Articulação, do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, a bancada do PT muda a linha política e volta os olhos para 2010, e anuncia uma disputa interna pela indicação do candidato ao Palácio da Liberdade. Antes das eleições municipais do ano passado, havia quatro parlamentares politicamente afinados com o ex-prefeito Fernando Pimentel (PT): além de Roberto Carvalho, Durval Ângelo, Cecília Ferramenta e Paulo Guedes. Já os deputados Elisa Costa e Weliton Prado, considerados independentes, apoiaram a tese de Fernando Pimentel dentro do PT para a consolidação da aliança com o PSDB. André Quintão, Padre João e Almir Paraca estavam na oposição à proposta da aliança, em defesa de uma candidatura própria da legenda à Prefeitura de Belo Horizonte. Agora, o placar na bancada petista se inverteu. PROJETO Ao assumir segunda-feira, Maria Tereza Lara assinalou: ;Não queremos briga, mas defendemos um projeto para Minas;. Segundo ela, Patrus representaria essa intenção. ;Queremos compor com o grupo do Pimentel, mas a construção tem de ser feita com Patrus na cabeça da chapa;, acrescentou Maria Tereza, que é irmã da prefeita de Betim, Maria do Carmo Lara (PT). Na mesma linha, a prefeita de Betim afirmou:;Precisamos em 2010 ampliar a base de Lula em Minas, conversando inclusive com o PMDB de Hélio Costa. Patrus tem mais condições de fazer isso;. Mais cauteloso, Carlos Gomes, que é vinculado a Luiz Dulci, defendeu o entendimento. ;O PT precisa de unidade. Nem Patrus ganha sem Pimentel, nem Pimentel ganha sem Patrus;, afirmou ele.