Em sintonia com o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito do Recife, João da Costa (PT), defende a manutenção dos investimentos públicos, especialmente em obras de infraestrutura, para minimizar os efeitos da crise econômica mundial na capital pernambucana. Segundo ele, a prioridade é garantir emprego e renda para a população. O petista, no entanto, analisa a possibilidade de contingenciar recursos e pediu à equipe de secretários, empossada ontem, a redução do custeio da máquina. ;Vamos buscar mais eficiência, analisar o custeio da prefeitura para a gente garantir a estratégia que o governo brasileiro está estabelecendo para enfrentar a crise e sair dela mais fortalecido no contexto internacional;, declarou.
João da Costa acredita que os efeitos da crise serão sentidos diretamente na receita da prefeitura do Recife. Nos últimos cinco anos, a capital pernambucana registrou um crescimento médio anual de 10% das receitas municipais. O prefeito acredita que esse desempenho poderá sofrer redução a partir de agora com os reflexos da desaceleração da economia global.
;Por isso, precisamos garantir as contrapartidas dos investimentos públicos que já estão assegurados, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Prometrópole e de outros financiamentos do Banco Mundial e do BNDES;, afirmou ele, ao relacionar os principais programas municipais. Esses financiamentos e os recursos administrados pelo estado somam cerca de R$ 1 bilhão para investir em obras de infraestrutura urbana no Recife.
Na próxima semana, a prefeitura encerrará o balanço financeiro de 2008. Só então, divulgará os resultados do ano e se já houve diminuição na arrecadação. Para 2009, o orçamento previsto para a cidade é de R$ 2,3 bilhões. Os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), por exemplo, representaram R$ 210 milhões até novembro do ano passado.
;Conforto;
João da Costa reunirá o secretariado na próxima segunda-feira e, na pauta, está a discussão sobre áreas que poderão ser afetadas em caso de contingenciamento. ;Mas a cidade tem um certo conforto financeiro, porque tem recursos para investimentos. E nós não vamos cortá-los. Quando falo em contingenciamento é para evitar uma situação de aperto fiscal nos próximos meses;, explicou.
De Fernando de Noronha, onde passa férias, o presidente Lula criticou os prefeitos que assumiram com o discurso de fazer cortes nos investimentos em infraestrutura. Ele disse que a aplicação dos recursos em obras gera emprego e renda e traz benefícios à comunidade. Lula, porém, fez uma ressalva. Disse que os cortes no custeio da máquina pública são adequados.