Jornal Correio Braziliense

Politica

Chico Mendes recebe anistia política por ter sido enquadrado na Lei de Segurança Nacional

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O líder seringueiro Chico Mendes, morto em dezembro de 1988, recebeu ontem, no Acre, anistia política por ter sido enquadrado na Lei de Segurança Nacional, junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há quase 30 anos. Com isso, sua viúva, Ilzamar Gadelha Mendes, vai receber uma indenização de R$ 337 mil, além de uma pensão mensal de R$ 3 mil. O ministro da Justiça, Tarso Genro, foi pessoalmente a Rio Branco participar da reunião da Comissão de Anistia. Chico Mendes teve uma curta carreira política e seus mandatos de vereador não foram conquistados e nem exercidos dentro do PT. Ao contrário disso, esteve no MDB e PMDB e antes de morrer foi para o PV pelas mãos da atriz Lucélia Santos. Ele presidiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri até ser assassinado, em 22 de dezembro de 1988. O Ministério da Justiça não soube explicar os critérios que usou para definir o valor da indenização e da pensão pagas à viúva. Segundo assessores da pasta, a advogada Suely Bellato, relatora do processo do líder seringueiro, alegou que, caso fosse vivo, o sindicalista poderia ser até mesmo um secretário do governo do Acre, ou exercer outras funções públicas remuneradas. A Comissão de Anistia não levou em conta os salários que Chico Mendes receberia na Câmara Municipal de Xapuri, mas levou-se em conta a média dos valores pagos em outros processos. Suely esteve como auxiliar da acusação no julgamento do matador do líder seringueiro, em 1990, e fazia parte do corpo jurídico da Central Única dos Trabalhadores (CUT).