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Politica

PMDB não consegue emplacar nome que possa concorrer à Presidência do Senado

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O PMDB estabeleceu uma missão quase impossível. Preocupado com o fortalecimento da candidatura de Tião Viana (PT-AC) à Presidência do Senado, a legenda quer escolher na próxima semana um nome para disputar a vaga. O problema é o risco de fracassar pela falta de alternativa a José Sarney (PMDB-AP), que só aceita a missão se for eleito por aclamação na votação marcada para fevereiro. Ontem, Renan Calheiros (PMDB-AL) conversou sobre o assunto com o líder da bancada na Casa, Valdir Raupp (RO). Para ambos, é preciso conter o crescimento de Viana nos demais partidos. O petista contabiliza hoje votos em siglas da base aliada, entre elas PDT e PSB, e até mesmo na oposição, como o PSDB. Maior bancada do Senado, o PMDB tem, por tradição, direito à Presidência da Casa. A legenda teme que seja tarde demais a escolha de um eventual candidato somente em janeiro. Por isso, uma nova ofensiva para convencer Sarney será feita nos próximos dias. Caso fracasse, o PMDB provavelmente começará o ano de 2009 sem candidato. Apesar de ter o maior número de cadeiras, com 20 senadores, a legenda não consegue encontrar, além de Sarney, um nome capaz de concorrer à presidência. Em pedaços A bancada do PMDB é dividida em grupos virtuais. Existe a ala dos senadores polêmicos e folclóricos pelos discursos inusitados e sem repercussão. São nomes que o partido nem cogita incluir no rol de possíveis candidatos. Fazem parte deste grupo Almeida Lima (SE), Gilvan Borges (AP), Mão Santa (PI) e Wellington Salgado (MG). Mão Santa, aliás, tem dito aos colegas que gostaria de presidir o Senado, mas, por enquanto, sua pretensão não é levada a sério. Há ainda a turma dos não-alinhados ao governo Lula, cujos senadores são boicotados diariamente pelos seus comandantes: Jarbas Vasconcelos (PE), Valter Pereira (MS), Geraldo Mesquita (AC), Gerson Camata (ES) e Pedro Simon (RS). Surge ainda o grupo dos que respondem processos ou são alvos de inquéritos, como os casos do próprio líder Valdir Raupp, do senador Leomar Quintanilha (TO) e do líder do governo, Romero Jucá (RR). Virar presidente do Senado é tornar-se vidraça e remoer o passado, algo que passa longe da cabeça deles. Surgem, no fim da fila, os peemedebistas do baixo clero, como Paulo Duque (RJ) e Neuto de Conto (SC), que cumprem tabela dentro da bancada. Prestes a fazer uma cirurgia, Roseana Sarney (MA) nem aparece na relação de possíveis candidatos, assim como o novato Lobão Filho (MA) e José Maranhão (PB), sendo que esse último espera assumir em breve o governo do seu estado, no lugar de Cássio Cunha Lima (PSDB), cassado recentemente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).