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Réu do mensalão preso com euros na cueca diz que dinheiro seria 'empréstimo' de amigo

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São Paulo ; Por determinação da Justiça Federal, o empresário Enivaldo Quadrado, um dos 40 réus no processo que apura responsabilidades pelo escândalo conhecido como mensalão, continua preso no Cadeião de Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista. Ele teve pedido de habeas corpus negado pelo juiz federal Alessandro Diaféria. Em nota oficial, o advogado do empresário, Antônio Pitombo, informou que só teve acesso à cópia dos autos do inquérito instaurado pela Polícia Federal às 18h30 de ontem. Por isso, prefere analisar os documentos antes de dar entrevistas. ;Imprecisões e incoerências constantes no auto de prisão em flagrante precisam ser devidamente esclarecidas;, antecipa Pitombo, que ainda vai decidir como recorrer ao Tribunal Regional Federal (TRF). Quadrado foi preso em flagrante na madrugada de domingo ao tentar desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com cerca de 361 mil euros (R$ 1,2 milhão) não declarados à Receita Federal. Ao cumprir os procedimentos de chegada, preencheu um formulário obrigatório no qual informou não portar quantia superior a R$ 10 mil ou equivalente em moeda estrangeira. Nas meias Policiais desconfiaram, no entanto, e decidiram fazer uma abordagem. Encontraram o dinheiro distribuído em maços de notas colocados em uma pasta de mão, nas meias, presos à cintura e dentro da cueca de Quadrado, conforme relataram os agentes. Preso em flagrante, o empresário admitiu carregar 300 mil euros. Na contagem oficial, foram totalizados 361.445 euros. O empresário disse que o dinheiro era proveniente de empréstimo recebido de um amigo português para viabilizar investimentos em veículos em São Paulo. Quadrado é dono da corretora Bônus Banval, uma das empresas responsáveis pelo repasse de recursos atribuídos ao lobista Marcos Valério para parlamentares da base do governo no Congresso em troca de apoio a projetos do Palácio do Planalto. Em tese, a prisão com os euros não tem relação imediata com o mensalão.