O PMDB estuda antecipar para a semana que vem a escolha do parlamentar que vai disputar a presidência do Senado, em fevereiro, com o petista Tião Viana (AC). O bancada do partido no Senado havia decidido deixar a escolha para o mês de janeiro, próximo à disputa, mas líderes peemedebistas agora avaliam que a demora na seleção do candidato pode prejudicar a intenção da legenda de ficar no comando do Senado entre 2009 e 2010.
"Temos que definir até a semana que vem o candidato, não dá para deixar isso para 2009", afirmou o líder do PMDB na Casa, Valdir Raupp (RO). A pressa na escolha do candidato se justifica diante da possibilidade de Viana reunir partidos da base aliada governista em torno do seu nome enquanto o PMDB não lança o seu candidato.
O senador José Sarney (PMDB-AP) é o mais cotado para concorrer à presidência do Senado, mas já avisou a interlocutores que não enfrentará disputas dentro da legenda, se outro peemedebista decidir se lançar candidato. A Folha Online apurou que pelo menos três senadores já demonstraram, em conversas informais, o desejo de concorrer à presidência do Senado: Pedro Simon (PMDB-RS), Neuto de Conto (PMDB-SC), Mão Santa (PMDB-PI).
Ministros
Os ministros Edison Lobão (Minas e Energia) e Hélio Costa (Comunicações) também estariam dispostos a reassumir as cadeiras no Legislativo caso o tenham a possibilidade de disputar a presidência do Senado.
Em meio à indefinição da legenda, partidos de oposição decretaram compasso de espera para definir quem vão apoiar na corrida pela presidência da Casa. DEM e PSDB reúnem 26 senadores, número que poderá ser decisivo na disputa uma vez que o PT e o PMDB prometem dividir a base aliada governista.
O PSDB vai definir o candidato que terá o apoio do partido às vésperas da disputa, postura que deve ser seguida pelo DEM. Apesar dos oposicionistas terem sinalizado que vão apoiar o nome do PMDB, não descartam lançar candidato próprio. A expectativa, no entanto, é que as duas legendas apóiem o nome peemedebista como estratégia para enfraquecer a candidatura de Viana.
Liderança
Além do impasse em torno da presidência do Senado, o PMDB terá que definir nas próximas semanas o nome do novo líder do partido na Casa. Raupp já lançou sua candidatura à reeleição, mas o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) trabalha nos bastidores para se tornar o novo líder da bancada.
Renan quer retornar à cena política depois de ter sido afastado da presidência do Senado, no ano passado. O parlamentar esperou a poeira baixar para retomar sua rotina na Casa e vem constantemente realizando discursos no plenário para marcar posições políticas. Nos bastidores, o senador também se tornou um dos principais articuladores da candidatura de Sarney. Em conversas com interlocutores, Renan revelou que a liderança é o caminho para reassumir seu prestígio na Casa, abalado desde que foi afastado da presidência.