postado em 05/12/2008 08:32
O custo das eleições municipais de outubro superou a marca dos R$ 2 bilhões. Segundo dados divulgados ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), candidatos a prefeito ou vereador ; vitoriosos ou não ; gastaram R$ 2,1 bilhões na atribulada corrida eleitoral. Em busca de uma vaga em prefeituras e Câmaras municipais espalhadas pelos mais de 5 mil municÃpios do paÃs, os polÃticos desembolsaram R$ 16,62 por eleitor. O eleitorado brasileiro é composto por 128,7 milhões de pessoas.
Na bilionária caça aos votos, os candidatos conseguiram arrecadar este ano a cifra de R$ 2,8 bilhões para gastarem em suas campanhas eleitorais. A análise das informações enviadas ao TSE revela números também expressivos nas capitais brasileiras. Os prefeitos eleitos em 25 das 26 capitais informaram, ao todo, terem conseguido reunir a quantia de R$ 113,1 milhões, além de uma sobra de R$ 95 milhões.
O prefeito reeleito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) lidera o ranking. Segundo a prestação encaminhada ao TSE, Kassab arrecadou R$ 29,8 milhões e gastou R$ 29,7 milhões. Bancos, empreiteiras, transportadoras e grandes empresas contribuÃram para engordar o caixa. O próprio Kassab declarou ter colaborado com R$ 3 mil para garantir sua reeleição.
Eleito prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB) somou R$ 17,5 milhões em doações e declarou ter gasto o mesmo valor. No Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB) conseguiu juntar R$ 11,4 milhões e também informou que a despesa foi equivalente. A menor arrecadação informada ao TSE foi a do prefeito reeleito de Boa Vista (RR), IradÃlson Sampaio (PSB). Ele afirmou ter conseguido um total de R$ 360 mil. A despesa foi a mesma.
As informações divulgadas no site do TSE não incluem os dados relativos ao prefeito eleito de Recife (PE), o petista João da Costa. De acordo com o tribunal, ele já enviou sua prestação de contas ao tribunal, mas ela ainda não foi processada pelo setor de informática do TSE.
Sanções
Os resultados ainda podem ser modificados, já que muitas prestações de contas enviadas ao tribunal ainda estão sendo processadas na base de dados do TSE. Ao todo, 326,3 mil documentos ; tanto de comitês de campanha quanto de candidatos ; foram encaminhados ao tribunal. De acordo com Lei das Eleições, polÃticos que não tiverem as contas aprovadas, não prestarem contas ou que não conseguirem comprovar que elas são regulares não podem ser diplomados.
Já os candidatos não eleitos que ficarem inadimplentes não podem concorrer a cargos eletivos. Para as legendas, a punição a comitês financeiros que não apresentarem a prestação de contas é a suspensão do fundo partidário no ano seguinte. As prestações de contas dos candidatos eleitos estão previstas para serem julgadas pelos juÃzes eleitorais até 10 de dezembro. A diplomação dos eleitos deve ocorrer até o dia 18 do mesmo mês.