A CPI das Escutas Clandestinas da Câmara vai ouvir nesta quarta-feira (03/12) em sessão secreta, realizada na sede da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o depoimento de José Ribamar Reis Guimarães -- agente que teria entregado à Polícia Federal uma tabela com os nomes de pelo menos 61 servidores da agência que participaram da Operação Satiagraha. A Abin solicitou que o depoimento ocorresse na sede da agência, a portas fechadas, para preservar a imagem de Guimarães.
Como o agente participou de missões infiltrado em quadrilhas do crime organizado, a Abin decidiu solicitar o depoimento secreto à comissão. Para preservar a imagem de Guimarães, a comissão aceitou ouvi-lo nas dependências da agência.
O agente havia solicitado ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que seu depoimento fosse secreto, mas o ministro Celso de Mello indeferiu a solicitação. Mesmo assim, a comissão optou por preservar a imagem do agente. Mello garantiu a Guimarães o direito de prestar esclarecimento à comissão acompanhado por um advogado e manter-se calado para não se incriminar. Na prática, o ministro negou em parte o habeas corpus impetrado pelo agente.
Reportagem da Folha de São Paulo afirma que Guimarães identificou nominalmente os servidores designados para o trabalho, indicando inclusive períodos de atuação, deixando claro que houve mobilização de diversos servidores, de diversas unidades da Federação, para compor equipes específicas.