Em meio à disputa entre PT e PMDB pelo lançamento de candidato à presidência do Senado, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) disse nesta terça-feira (02/12) que sua legenda tem direito de entrar na disputa porque reúne a maior bancada da Casa Legislativa. Garibaldi defendeu, porém, que se encontre uma solução negociada para evitar um racha na base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O PMDB, pelo direito da maioria, tem a tese de que essa maioria prevalece. O PMDB até poderia ficar com o comando das duas Casas [Câmara e Senado] porque tem a maior bancada nas duas Casas, mas acontece que aqui é a Casa do entendimento, a Casa em que a disputa, muitas vezes, não prevalece", afirmou.
Garibaldi disse esperar que as divergências entre PT e PMDB sejam solucionadas até o dia 31 de dezembro, véspera da eleição que vai definir os novos presidentes da Câmara e do Senado.
O PT lançou o nome do senador Tião Viana (AC) na disputa porque sustenta que, para garantir o equilíbrio de forças políticas no Congresso, é necessário que partidos diferentes comandem a Câmara e o Senado. Como o PMDB já lançou, com o apoio do PT, o deputado Michel Temer (PMDB-SP) na corrida pela presidência da Câmara, os petistas esperam o apoio recíproco no Senado.
Líderes peemedebistas, porém, já afirmaram que o partido pretende a lançar candidato próprio para a presidência do Senado, uma vez que as eleições nas Casas não estão diretamente atreladas. O PMDB articula o nome do senador Pedro Simon (PMDB-RS) para entrar na disputa pelo comando da Casa Legislativa. Com resistências do senador José Sarney (PMDB-AP) em lançar seu nome para disputar a vaga com o PT, os peemedebistas avaliam que Simon poderá unir governistas e senadores da oposição em torno da candidatura da legenda. O nome de Simon ganhou força na semana passada, depois que Sarney sinalizou que não pretende aceitar o convite para entrar na corrida pela presidência da Casa.
O peemedebista disse a interlocutores do partido que não está disposto a enfrentar uma disputa direta com Viana. Como o PT não quer abrir mão de disputar as eleições, parte do PMDB articula o nome de Simon para substituir Sarney --uma vez que o peemedebista tem trânsito entre as mais diversas legendas da Casa.