A realização de buscas e apreensões na casa do delegado Protógenes Queiroz e de seu filho não era cabível naquele momento. A afirmação foi feita pelo procurador da República no estado de São Paulo, Roberto Dassié, que à época foi contra as ações.
;A busca e apreensão é uma medida ostensiva e, se for realizada em um momento não apropriado, pode prejudicar o resultado da investigação. Além disso, por ser uma medida invasiva da intimidade de uma pessoa, é de bom senso que todas as informações constem dos autos para que sejam avaliadas;, disse Dassié, destacando que não recebeu todos os dados solicitados à Polícia Federal sobre as investigações da Operação Satiagraha antes de autorizar as buscas.
Dassié participa hoje (19) de reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas da Câmara dos Deputados. No Ministério Público, Dassié investiga especialmente o vazamento de informações à imprensa e a participação de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Operação Satiagraha.
O presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), criticou o exercício da atividade policial na realização das buscas. ;Os mesmos erros que procuram imputar às ações do delegado Protógenes parece que se repetem nas ações praticadas contra ele;, afirmou.
Ao ser questionado pelos parlamentares, o procurador alegou diversas vezes a necessidade de manter o sigilo dos autos para não responder às questões levantadas. Ele também não quis fazer nenhuma avaliação sobre a forma como a operação foi conduzida: ;É prematuro fazer uma conclusão agora, sem todas as provas colhidas.;
Dassié também informou que pediu informações sobre os recursos financeiros usados na Operação Satiagraha, mas os dados não foram fornecidos pela Polícia Federal, que alegou necessidade de sigilo.