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Justiça mantém Fausto De Sanctis no processo da Operação Satiagraha

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São Paulo ; Por dois votos a um, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região negou o afastamento do juiz Fausto De Sanctis do processo da Operação Satiagraha. O pedido para a retirada do magistrado do caso foi feito pela defesa do banqueiro Daniel Dantas, controlador do Opportunity, preso durante a ação da Polícia Federal, desencadeada em julho passado. Segundo sustenta a defesa do banqueiro, De Sanctis estaria atuando no caso de forma ;apaixonante;, o que ocasionou o recurso à Justiça. O TRF indeferiu ainda dois pedidos de trancamento do processo feito por Dantas e pelo investidor Nagi Najas, também preso na Operação Satiagraha. O advogado do banqueiro, Nélio Machado, afirmou que pretende recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ontem, durante seminário de delegados da PF na capital paulista, policiais afirmaram que o crime organizado está por trás das ações para desestabilizar a corporação. ;O que estamos vendo são situações para enfraquecer a PF;, afirmou o presidente do sindicato da categoria no estado, Amaury Portugal. A opinião de Portugal foi acompanhada pelo delegado Carlos Eduardo Pellegrini Magro, que atuou na Satiagraha. ;Há realmente uma infiltração do crime organizado;, disse. Pellegrini foi acusado pelo Ministério Público Federal de ter admitido o vazamento da ação policial. Porém, ontem ele negou. ;Tinham várias testemunhas na reunião;, afirmou o delegado, referindo-se ao encontro de policiais e dirigentes da PF, dois dias depois de deflagrada a operação, para analisar o resultado da ação. Reunião Em Brasília, o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Jorge Armando Félix, se reuniram para discutir a medida judicial que impediu representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de acompanhar o trabalho de perícia a ser realizado em computadores e documentos apreendidos pela PF em três endereços da agência ; na sede, em Brasília, e nas susperintendências do Rio de Janeiro e São Paulo. A medida partiu do juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo, dentro do inquérito policial aberto para apurar o vazamento de informações da Satiagraha. Numa tentativa de demonstrar que estão afinados, Tarso e Félix concordaram em pedir, por meio de ofício comum, à Advocacia-Geral da União (AGU) que recorra da decisão de Mazloum, para permitir que oficiais da Abin, devidamente credenciados, acompanhem com integrantes do Ministério Público a abertura do lacre e a verificação de documentos resultantes da apreensão policial. Um dos alvos dessa apuração é o delegado Protógenes Queiroz, afastado do caso. Três endereços vinculados a Protógenes foram vasculhados pelos policiais.