O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), descartou nesta segunda-feira a possibilidade de o partido pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a substituição do ministro José Gomes Temporão da pasta da Saúde.
"Não há essa cogitação. Houve uma pequena divergência com relação a algumas declarações, mas amanhã mesmo estaremos reunidos com o ministro Temporão para discutirmos esse assunto", disse Temer.
A relação de Temporão com o PMDB piorou na semana passada, depois que ele chamou de "baixa qualidade e corrupta" a gestão do presidente da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Danilo Forte. A fundação é tradicionalmente reduto de indicações do partido, o que incomodou o líder da legenda na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
"Não há nenhuma intenção do PMDB de pedir o ministério. Pelo contrário, o Temporão está fazendo um grande trabalho", afirmou o presidente da legenda."A primeira afirmação dessa maneira [uma reforma ministerial] surgiu quando o PMDB teve um grande sucesso [nas eleições], especialmente no segundo turno. E eu, desde segunda-feira depois das eleições, disse que não haveria nenhuma reivindicação do PMDB", reiterou.
Temporão tem encontro marcado amanhã, pela manhã, com Temer, Alves, entre outros integrantes da legenda. A idéia é negociar uma trégua na relação do partido com o ministro, uma vez que críticas de ambos os lados são freqüentes e dificultam a relação com a bancada no Congresso.
Alves afirmou na última semana que a opinião de Temporão foi "fora do tom" e que exigia respeito à bancada e às indicações do partido.
Nos bastidores, o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser o bombeiro do caso. A pedido de Lula, Múcio negociou o encontro da cúpula do PMDB com Temporão.