O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carlos Ayres Britto, minimizou nesta quinta-feira as reações provocadas por sua cobrança para que a Câmara cumpra a resolução que estabelece a perda de mandato para aqueles que trocaram de legenda fora dos prazos estabelecidos.
Em resposta a declaração de Britto, o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), pediu que o presidente do TSE se "contenha" porque não tem autoridade para fazer cobranças públicas sobre um outro Poder.
"Tenho tido uma relação cordial com o Poder Judiciário. Pedirei que o presidente do TSE se contenha e não faça cobranças públicas porque serei obrigado a cobrá-lo também", disse Chinaglia.
Britto negou ter tentado interferir no Legislativo e que ocorra uma crise institucional entre os Poderes Judiciário e Legislativo. "Os Poderes são independentes e harmônicos entre si. Eu velo pelo dois atributos, independência e harmonia, fui mal interpretado", disse.
Da tribuna da Câmara, o deputado pediu para dar um "recado claro" ao presidente do TSE. "Vamos manter a relação entre os Poderes", apelou Chinaglia. "Não há crise alguma, há mal entendidos que serão resolvidos", afirmou Britto.
Troca-troca Ao ser questionado sobre a eventual resistência da Câmara ao cumprimento da resolução do TSE sobre a fidelidade partidária, confirmada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Britto afirmou que essa hipótese é pouca provável.
"Não trabalho com essa hipótese de resistência e nem de enfrentamento", afirmou. "Não tive intenção alguma de interferir no Legislativo. Não há ingerência alguma [da minha parte]", reiterou.
O presidente do TSE disse ainda que está sempre disponível para conversar com Chinaglia.