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Garibaldi diz que proposta de abolir o uso de terno deve enfrentar resistências

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A proposta do senador Gerson Camata (PMDB-ES) de abolir o uso obrigatório do terno e da gravata nas dependências do Congresso Nacional promete encontrar resistências entre a maioria dos parlamentares. O presidente do Congresso, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse nesta terça-feira que a sugestão do peemedebista não será acatada "facilmente" pelos deputados e senadores. "Assim, abruptamente, eu não sei se isso aconteceria facilmente. Vou conversar com o senador Camata e conhecer melhor as intenções da proposta, os critérios, como isso poderia acontecer", disse o senador. Garibaldi se mostrou simpático à idéia, mas admitiu que vai ter dificuldades para aderir ao novo visual de camisa e calça social --como proposto por Camata. A idéia do presidente do Senado, se a proposta for aprovada pelos parlamentares, é criar uma espécie de "período de transição" para que os deputados e senadores se acostumem com a mudança. "Eu gostaria de ser favorável, mas creio que o terno e a gravata precisam passar por um período de transição. Vai haver um choque visual quando todos passarem a usar camisa esporte. Aí poderia haver também uma liberação geral", alertou o senador. Garibaldi disse que ainda não pensou em um novo "modelito" para ser usado por ele caso o Congresso decida abolir o terno e a gravata. "Eu ainda não pensei sobre isso", afirmou. Proposta Camata vai sugerir à Mesa Diretora do Senado o fim do uso obrigatório de terno e gravata para os servidores do Congresso, incluindo os parlamentares. O senador quer adotar na Câmara e no Senado o modelo da ONU (Organização das Nações Unidas), nos Estados Unidos, que aboliu o uso do terno e da gravata entre os funcionários para economizar energia elétrica. A ONU decidiu acabar com a tradição para reduzir os gastos, com o aumento na temperatura do ar condicionado em sua sede dos 22°C para os 25°C. Como os servidores não precisam mais usar terno, foram autorizados a trabalhar com camisa e calça social --o que permitiu a elevação da temperatura do ar, economizando energia. O parlamentar argumenta que, com a mudança, houve uma economia de US$ 100 mil por mês em energia elétrica. Camata disse que vai pedir à Mesa um estudo de quanto o Senado pode com o aumento da temperatura do ar condicionado para discutir se a medida deve efetivamente ser adotada no Legislativo brasileiro. O senador ficou incomodado com o calor registrado em Brasília nos últimos dias. A cidade teve a máxima de 35,8°C nesta semana, o recorde histórico na temperatura da capital federal --que só viveu calor semelhante em 1960. Segundo Camata, um país tropical como o Brasil deve adotar a camisa e a calça social como vestimenta oficial dos parlamentares e dos funcionários públicos em todo o país.