O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), pediu para cerca de 100 prefeitos de cidades paulistas terem calma frente à crise financeira internacional. Segundo o governador, mesmo em meio a uma possível recessão na economia, o governo do Estado não deve diminuir o ritmo de investimentos.
"Nós estamos preparados, a área econômica financeira de São Paulo, para enfrentar as conseqüências da crise e não vamos reduzir investimentos", afirmou Serra. "Não fiquem aflitos às conseqüências da crise", completou.
Mais tarde, explicou a jornalistas que o orçamento previsto para 2009 já prevê possíveis turbulências. "A expansão de 2009 não é tão grande quanto se parece se comparada com o projeto de Lei Orçamentária", disse o governador.
Questionado se São Paulo estaria imune à crise, Serra negou. "Que tem uma crise econômica no Brasil, tem. E isso inclui São Paulo." O recado aconteceu ao mesmo tempo em que o governo anunciou um investimento de R$ 1,15 bilhão na recuperação e melhoria de rodovias e acessos a municípios do Estado.
Para o governador, o anúncio é mais uma demonstração de que a crise financeira não deve afetar investimentos. "Adiar [o anúncio do investimento] seria uma má sinalização por parte do governo", afirmou.
2010 Após marcar o ato político com os prefeitos para anunciar o investimento, Serra disse preferir que o evento tivesse acontecido em um local onde ficassem "mais próximos". O encontro aconteceu em um auditório do Palácio dos Bandeirantes.
O líder do governo na Alesp (Assembléia Legislativa de São Paulo), Barros Munhoz (PSDB), antecedeu o discurso de Serra com uma efusiva defesa das qualidades de "estadista" do governador. "Aqui só tem prefeito forte, que sobre seu comando [de Serra], vai levar o Brasil para frente", afirmou.
Na sua vez, mesmo de brincadeira, Serra parodiou o atual presidente ao anunciar o investimento. "Nunca foi feito isso antes nesse Estado", disse, em referência ao "nunca antes nesse país" geralmente empregado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como de costume, também evitou rusgas com o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), ao se esquivar de perguntas sobre declarações do prefeito eleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), de que os mineiros teriam mais facilidades para "aglutinar" forças políticas.
Além de Serra, o nome de Aécio também é cotado para disputar a Presidência pelo PSDB em 2010.