O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta sexta-feira (31/10) que o resultado das eleições municipais mostrou que o eleitor é independente e não segue um político na hora de votar. Ele acrescentou que o eleitor escolhe quem demonstra condições de lhe assegurar um futuro melhor.
FHC evitou comentar possíveis alianças que o PSDB deseja para 2010, e destacou que quanto maior o leque de apoios, melhor. Questionado sobre a declaração do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), de que PT e PMDB caminharão juntos daqui a dois anos, o ex-presidente foi irônico.
"Isso tudo é muito variável, acho que daqui a dois anos o Cabral vai estar conosco", afirmou, depois de participar do prêmio Brasileiro Imortal, no qual sua mulher, Ruth Cardoso, morta em junho, foi homenageada.
Fernando Henrique acrescentou que, mais do que as alianças, o fundamental é que os partidos encontrem bons candidatos. Dentro do PSDB, avaliou, há outros nomes além dos governadores Aécio Neves (Minas Gerais) e José Serra (São Paulo).
"Serra não é o único, o Aécio também pode ser um bom candidato, há vários que podem ser", afirmou.
As eleições americanas também foram analisadas pelo ex-presidente. Ele considera que vitória do democrata Barack Obama seria importante simbolicamente não só para os Estados Unidos, como para o mundo todo.
"Acho que o Obama tem um valor simbólico imenso, não duvidaria um minuto, votaria no Obama".
Para o ex-presidente, os Estados Unidos têm que abrir o diálogo com o restante do mundo, e Obama é o mais indicado para liderar esse processo. Ele destacou que Obama tem uma visão mais ampla e maior experiência multicultural, por ter vivido em outros países.
"O discurso que ele fez sobre racismo é de tirar o chapéu, é uma coisa admirável. Fiquei muito impressionado com ele", afirmou.