A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse nesta sexta-feira que a manutenção da aliança PT-PMDB é importante para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, a ministra ressaltou que o governo não vai interferir na disputa que os dois partidos travam para definir as candidaturas à presidência da Câmara e do Senado.
"Acredito que para o governo é muito importante que esta aliança PT-PMDB se mantenha. Acredito também que a democracia é feita de acordos, de concessões. Esse processo deve estar em curso e vai haver negociações e essas negociações, antes que elas se concluam, é muito precipitado se manifestar sobre elas", afirmou Dilma durante entrevista ao programa "Bom Dia Ministro", da Rádio Nacional..
Fortalecido nas eleições municipais, o PMDB reivindica a presidência da Câmara e do Senado. Já o PT lançou o senador Tião Viana (AC) para a presidência do Senado com a esperança do apoio do PMDB.
A disputa pode ameaçar o acordo feito entre os dois partidos em 2006, quando o PMDB apoiou o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara em troca do apoio dos petistas a um candidato peemedebista em 2009.
Para a ministra, os acordos devem ser cumpridos. "Eu acredito que é muito importante que se honre acordos", afirmou Dilma.
"Para o governo, como Poder Executivo, não nos cabe interferir nas eleições dentro da Câmara ou do Senado, uma vez que é um Poder diferente. É um Poder independente, autônomo e isto é uma questão constitucional. É muito difícil você querer que o governo tenha um posicionamento. O governo não tem esse posicionamento", afirmou Dilma.
Apesar da declaração da ministra, a Folha Online apurou que o presidente já "[entrou em campo em favor da candidatura de Tião Viana para o Senado. Em conversas com aliados, Lula tem defendido o nome do petista para presidir a Casa Legislativa, embora tenha ouvido de senadores do PMDB a disposição do partido em lançar candidatura própria. A Folha Online apurou que Lula decidiu intervir para acalmar os petistas no Senado, irritados com a insistência do PMDB em lançar candidato próprio. Lula admitiu a aliados, porém, que o lançamento de um nome peemedebista com trânsito na oposição poderá prejudicar a candidatura petista, além de rachar a base aliada.