Ao comentar os reflexos da crise financeira internacional no âmbito político e na sucessão presidencial de 2010, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, avaliou nesta quinta-feira (31/10) que nem governo nem oposição podem tirar proveito eleitoral da crise.
"O governo não faz isso, ele tem responsabilidade. Se a oposição fizer, vai pagar o ônus, porque ninguém pode apostar que o povo brasileiro não perceba quem está trabalhando pelo bem do país e quem não está. E governo e oposição são obrigados a trabalhar pelo bem do país da mesma forma", disse, após participar de entrevistas a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia Ministro, nos estúdios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Sobre a participação nas eleições municipais de 2008, Dilma lembrou que havia tempo que não fazia uma campanha direta assim e que o processo eleitoral permitiu ela uma boa visão do país. "Temos uma característica muito interessante: o nosso povo é alegre e a eleição, dificilmente, não é uma festa. Tem um componente de integração democrática que é muito bom de viver."
A ministra não teme que a conclusão do pleito municipal abra espaço para que ela se torne alvo da oposição. "Não acho que ela tem me tratado mal. Ela me trata como oposição e isso é do jogo."
Dilma negou ainda que o apoio prestado por ela a algumas prefeituras tenha sido planejado como uma alternativa para diminuir resistências a ela dentro do próprio PT. "Não participei [do processo eleitoral] por isso. Participei, porque é uma questão importante para a cidadã e para a ministra que sou".
Para Dilma, uma possível desaceleração na economia brasileira não prejudicará o candidato do partido na disputa presidencial em 2010. "Aqui nós não quebramos, disse, em referência crise internacional."