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Politica

Esvaziada, CPI dos Grampos quer prorrogar trabalhos até abril de 2009

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Em meio ao esvaziamento dos trabalhos, a CPI das Escutas Clandestinas da Câmara quer prorrogar suas atividades até abril de 2009. O relator da comissão, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), disse que a CPI não terá condições de encerrar as investigações no meio de dezembro, quando termina o prazo já prorrogado para o fim de suas atividades. "Vamos propor a prorrogação até o dia 5 de abril. Temos pelo menos duas frentes de investigação que precisamos aprofundar. Entramos nos grampos ilegais agora, depois do depoimento de detetives. Temos só um mês e meio até dezembro, queremos aproveitar o recesso para novas contribuições e trabalhar em fevereiro e março", afirmou. Apesar da disposição em prorrogar as investigações, a comissão vem enfrentando o esvaziamento de seus integrantes para dar prosseguimento aos trabalhos. Há duas semanas, por falta de quórum, a CPI não consegue colocar em votação uma lista de 18 requerimentos que esperam por sua análise. O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) disse que a comissão "perdeu o fôlego" porque o governo promoveu o esvaziamento de suas atividades. "Não tem mais notícia negativa para o governo, que atuou com força para minimizar a disputa na Polícia Federal entre os grupos de Paulo Lacerda [ex-diretor geral da PF] e do Luiz Fernando Corrêa [atual diretor-geral da polícia]", afirmou. Requerimentos Um dos requerimentos, de autoria de Fruet, pede a convocação do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh. A intenção da CPI é que Greenhalgh esclareça sua atuação como representante dos interesses do Opportunity, na negociação com o governo e os fundos de pensão na venda da Brasil Telecom para a Oi (Telemar). O advogado também é acusado de receber informações privilegiadas da Operação Satiagraha pelo chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho. A CPI quer apurar a existência de grampos clandestinos na venda de empresas de telefonia, assim como aprofundar as investigações sobre a suposta realização de escutas telefônicas pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Sem quórum para votar os requerimentos nesta quinta-feira, Itagiba marcou nova sessão da CPI na próxima terça-feira com o objetivo de votar os pedidos de convocação e informações.