O secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, criticou nesta quarta-feira (29/10) em São Paulo o que classificou de "equivoco brutal" da Advocacia Geral da União (AGU) ao emitir posições que "extrapolam" suas atribuições, "sem conhecimento de causa e com abordagens superficiais". E deixou claro que entregará o cargo se a posição do órgão prevalecer no governo. "Se, ao final de uma paciente, perseverante, persistente e disciplinada argumentação interna, prevalecer esse ponto de vista, uma pessoa como eu tem que deixar o governo e voltar para a sociedade civil para levar adiante essa mesma atividade", afirmou Vannuchi. Ele negou que já tenha colocado seu cargo à disposição.
"Dentro do governo está em curso um conjunto de ações que colidem com a linha presente na manifestação da AGU", afirmou. Ele fez questão de ressaltar que não está sozinho no embate, citando outros ministros como Tarso Genro (Justiça) e Dilma Rousseff (Casa Civil).
Vannuchi disse que a posição da AGU tem pelo menos três equívocos: o primeiro ao defender que o Ministério Público não tem competência para atuar em defesa dos torturados; segundo por afirmar que a Lei de Anistia de 1979 vale aos torturadores; e ao dar como resolvido o tema dos arquivos da repressão.