O governo Márcio Lacerda (PSB) não terá dificuldades em aprovar matérias na Câmara Municipal, mesmo aquelas que exijam quorum qualificado, como é o caso da proposta de emenda à Lei Orgânica, para a qual é preciso dois terços do plenário ; 28 vereadores. Dos 41 vereadores que tomam posse para a próxima legislatura em 1° de janeiro de 2009, 30 ; 73% ; tendem a integrar a base do governo. Entre eles estão aqueles que integram as bancadas do PT, PPS, PV, PSB, PTB, PRB, PTC, PRP, PSL, além de parte das bancadas de PSDB, PDT e PMN.
Na oposição, dão sinais de que pretendem se aglutinar os vereadores de partidos que apoiaram a candidatura de Leonardo Quintão ; o PMDB e parte do PHS ; , além de Hugo Thomé, do PMN, que sustentou a candidatura peemedebista. Ainda estão indefinidos os vereadores Chambarelli (PRB) e Maria Lúcia Scarpelli (PCdoB), que no primeiro turno sustentaram a candidata Jô Moraes (PCdoB) e, no segundo turno, migraram para a candidatura peemedebista. Também entraram no mesmo barco os vereadores Moamed Rachid (PDT) e Henrique Braga (PSDB).
;As urnas nos mandaram para a oposição. Sem dúvida. É lá ou cá. É a vontade popular;, afirma Geraldo Félix, veterano da bancada peemedebista, composta por quatro parlamentares. ;Vamos trabalhar na Câmara Municipal em consonância com o Diretório Municipal, que está afinado com os diretórios estadual e nacional;, acrescenta Félix. Apesar de ter estado no campo oposto a Márcio Lacerda, contudo, o PMDB não carrega um ânimo de se consolidar como uma oposição sistemática. Tudo dependerá do ;tratamento; que receber do governo Lacerda. ;Somos oposição. Agora, se vai ser uma oposição radical ou não dependerá do prefeito;, considera Félix. ;Se ele radicaliza em cima de nós, se por ser maioria achar que vai nos oprimir, passaremos a ser uma bancada de oposição mais minuciosa;, acrescenta.
Promessas
Por enquanto, o PMDB se posiciona para ser uma oposição amena. ;Vamos acompanhar o trabalho dele e cobrar as promessas. Não vamos deixar esquecer as promessas que lhe deram a vitória. Essas promessas serão trazidas ao nosso discurso;, diz Geraldo Félix. No PHS, a intenção é semelhante. ;O meu partido foi parte da chapa de Leonardo Quintão;, afirma Fred Costa (PHS). ;Vamos fazer uma oposição inteligente. O que for bom para a cidade, apoiaremos. O que não for, votaremos contra e proporemos alternativa;, acrescenta. Opinião diferente de Fred Costa tem o colega de bancada Sérgio Fernando (PHS): ;Passada a campanha, entendo que há necessidade de o partido se recompor na Câmara. O fato de estar posicionado durante o processo eleitoral não quer dizer necessariamente que nossa bancada vai se colocar na oposição;, salienta.
Dispostos a cobrar
Assim como Geraldo Félix, o vereador Henrique Braga (PSDB), que aderiu à candidatura de Leonardo Quintão (PMDB), promete acompanhar de perto as ações do prefeito. ;Queremos ver as promessas feitas implementadas, principalmente o hospital com 300 leitos, o metrô até o Barreiro e o metrô da Savassi à Pampulha;, diz Henrique Braga. Entretanto, o tucano está longe de planejar se manter como oposição sistemática: ;Vou permanecer igual tucano, em cima do muro. Vamos ver o que vai oferecer para a bancada do PSDB, se haverá espaço no governo ou não, pois fomos rejeitados da coligação. O PSDB não foi aceito pelo PT na coligação;, afirma, referindo-se ao apoio informal do partido à candidatura de Lacerda.
Também Maria Lúcia Scarpelli ainda estuda como se portar politicamente. ;Vou acompanhar as linhas do meu partido. Mas acho que temos de olhar o que é importante para a cidade;, avalia. A vereadora considera a possibilidade de discutir não apenas com o PCdoB, mas com os vereadores que apoiaram Leonardo Quintão no segundo turno uma decisão coletiva. ;Primeiro vou ouvir o partido. Depois será uma posição coletiva, porque quero saber a posição dos outros colegas também;, informa.
Enquanto os vereadores eleitos estudam como se reposicionar na Casa, os veteranos já se fecham em reuniões para discutir outro tema de interesse imediato: a eleição da nova presidência da Câmara Municipal. Já há movimentação de grupos e nomes que se lançam e são lançados. Entre eles estão Wellington Magalhães (PMN), Pastor Carlos (PR), Neusinha Santos (PT), Ronaldo Gontijo (PPS), Paulo Lamac (PT), Elias Murad (PSDB) e Silvinho Rezende (PT).