Um dia depois de reeleito, o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, pregou a propagação da aliança que montou na capital gaúcha, do seu PMDB com o PDT e o PTB, para disputar o governo estadual e até a Presidência da República em 2010. Ele também identificou condições para o PMDB liderar chapas que disputem as eleições majoritárias sem ficar a reboque dos demais, como uma noiva cobiçada. "O partido também tem que cobiçar", propôs Fogaça, durante entrevista coletiva hoje, destacando que uma sigla que conquista 1,2 mil prefeituras deve assumir maior protagonismo político.
Fogaça admitiu que "não é folclore, é verdade" que o PMDB não é levado a sério porque não tem uma unidade e, apesar do grande número de votos, acaba na base de apoio de governos nacionais do PSDB ou do PT e não na liderança das composições. Segundo Fogaça o PMDB é um partido que tem corpo e não tem uma cabeça disposta à construção de um projeto. Por isso, acredita o prefeito, é hora de aproveitar o resultado das urnas e levar o partido à liderança dos movimentos políticos nacionais.
Mostrando-se disposto a trabalhar para isso, Fogaça apontou os nomes dos senadores Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE), sem excluir outros, como capazes da dar a identidade nacional que a sigla precisa. "O PMDB tem que ter um candidato à Presidência e sair a campo para a negociação", afirmou.
Apesar das propostas de protagonismo para seu próprio partido, Fogaça manteve-se fiel à idéia de que o presidencialismo com pluripartidarismo brasileiro exige alianças amplas para garantir a governabilidade. Por isso, disse se sentir integrante da base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e reconheceu a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, como "excelente candidata" à sucessão presidencial, com a ressalva de que essa avaliação não significa alinhamento automático.
"As questões políticas que envolvem candidaturas são outros 500" justificou. "Eu também acho Maria do Rosário (com quem disputou o segundo turno em Porto Alegre) uma excelente candidata e ontem votei em mim e não nela.
Aliança com PT
Fogaça ainda chegou a dizer que gostaria de ver o PMDB e o PT concorrendo juntos ao governo do Estado em 2010 e admitiu a aliança dos dois partidos para o governo federal como possível. "Mas não posso dizer que isso vai acontecer porque nada está pressuposto, nada é automático, tudo está em aberto." Mesmo com tamanha disposição para alianças, o prefeito destacou que já assumiu o compromisso de apoiar Germano Rigotto (PMDB) para o governo em 2010 e de sugerir uma chapa com o PDT e o PTB.
Amanhã Fogaça reassume a prefeitura de Porto Alegre, depois da licença que tirou para a campanha política. No sábado, ele se afasta de novo para viajar para a China, onde fica dez dias para receber um prêmio de US$ 300 mil da Expo Xangai 2010, pelo programa de governança solidária local, e para participar da 4ª Sessão do Fórum Urbano Mundial, em Nanjing.