Dona do apoio mais cobiçado do segundo turno da campanha eleitoral para a Prefeitura de Porto Alegre, a deputada Manuela D'Ávila (PC do B), partiu ontem para um retiro de dois dias sem atender aos telefonemas dos pretendentes. Disse apenas, antes da viagem, que a coligação que a levou ao terceiro lugar no primeiro turno quer definir uma posição conjunta, até o fim da semana, para torná-la pública na próxima segunda-feira. E não descartou nenhuma das hipóteses, deixando aberta a possibilidade de recomendar votos para José Fogaça (PMDB) ou Maria do Rosário (PT), ou, ainda, optar pela neutralidade.
Disciplinada, Manuela vai seguir a orientação que o PC do B tomar com seus parceiros PPS, PSB, PT do B, PR, PMN e PTN. Antes das reuniões, no entanto, mostrou-se mais flexível do que andam alguns de seus parceiros, ao afirmar que não guarda mágoas de adversários, que podem ter cometido erros porque são humanos.
Manuela não endereçou a frase, mas as palavras podem ser interpretadas como retirada de obstáculos tanto pelo PMDB, que passou o primeiro turno reconhecendo as qualidades políticas da comunista, mas dando a entender que ela é jovem e pode esperar porque agora seria a hora de Fogaça, quanto pelo PT, que criticou a aliança da candidata com o PPS, partido que faz oposição ao governo Lula.