Jornal Correio Braziliense

Politica

Oposição quer garantir prefeituras de São Paulo e Rio

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Mesmo antes de completar seu balanço de perdas e danos, a oposição optou por uma espécie de ;fuga para frente; diante do resultado eleitoral de domingo passado. Aposta todas as fichas na expectativa de poder gerada pelas candidaturas de Gilberto Kassab (DEM), em São Paulo, e Fernando Gabeira (PV), no Rio de Janeiro, que passaram ao segundo turno contra Marta Suplicy (PT) e Eduardo Paes (PMDB), respectivamente. As duas vitórias, na avaliação do presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), reforçariam a candidatura do PSDB a presidente da República em 2010. As eleições apontam para um confronto entre um candidato do PT, no caso a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e um candidato do PSDB, seja ele o governador de São Paulo, José Serra, ou o de Minas, Aécio Neves. Segundo Guerra, as eleições municipais demonstrariam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu transferir votos para os candidatos governistas na escala que esperava. Subiu no palanque de alguns petistas e aliados que não se elegeram no primeiro turno, como ocorreu em São Paulo e Natal. ;Caras não fazem milagres. Santos é que fazem milagres. Lula está muito distante de fazer milagres;, provoca Guerra. A oposição, porém, saiu mais enfraquecida do primeiro turno. O PSDB elegeu um total de 780 prefeitos, número é inferior ao obtido em 2004, quando ganhou 861 prefeituras. O Democratas, por sua vez, elegeu 494 prefeitos, contra 794 nas eleições de 2004. O PPS caiu de 305 para 132 prefeituras. Nas capitais, no primeiro turno, a oposição venceu apenas em Curitiba, com Beto Richa (PSDB); Teresina, com Sílvio Mendes (PSDB); e Natal, com Micarla de Souza (PV). ;Não houve o massacre anunciado, a oposição resistiu nas urnas e pode ter vitórias estratégicas, capazes de mudar o rumo da política nacional;, avalia o presidente do PPS, Roberto Freire, que atribuiu o resultado do primeiro turno ao peso da máquina administrativa e do poder econômico utilizados contra a oposição. Agora, além de Kassab e Gabeira, a oposição também aposta as fichas em Wilson Santos (PSDB), em Cuiabá, e José Castelo(PSDB), em São Luís, que disputam o segundo turno. Além da vitória nessas cidades, a oposição depende da superação da divisão interna do PSDB. Os grupos de Serra, do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e do ex-governador Geraldo Alckmin precisam se entender. ;Nós temos de vencer a nossa divisão e ampliar a nossa solidariedade. Sinto uma disposição geral nesse sentido para superar essas dificuldades. Nos interessa muito que São Paulo e Minas Gerais estejam aliados;, afirma o presidente do PSDB.