A candidata prefeitura de Belo Horizonte Jô Moraes (PCdoB) disse neste domingo que irá consultar a direção nacional do partido, em reunião na próxima quinta-feira (9), para definir seu posicionamento na provável disputa de segundo turno entre Márcio Lacerda (PSB) e Leonardo Quintão (PMDB).
Entretanto, Jô deixou transparecer que se divide entre a neutralidade e o apoio a Quintão. Ela praticamente descartou a possibilidade de apoiar Lacerda, que representa uma aliança informal entre PT e PSDB, acertada pelo prefeito petista Fernando Pimentel e pelo governador tucano Aécio Neves.
Qualquer que seja a orientação do partido eu seguirei, mas dificilmente esse será o entendimento [apoiar Lacerda]. A esquerda já saiu dividida, lamentavelmente. Um parte significativa do PT se incorporou a uma candidatura com partidos de oposição ao governo Lula, ressaltou Jô, que pretende conversar sobre a assunto também com integrantes do PRB, partido que se coligou ao PCdoB, e dissidentes do PT que trabalharam pela sua candidatura.
Não acredito em destucanização de uma candidatura, que se apresentou com um braço petista e um tucano. Não sei qual braço vai prevalecer, o direito ou o esquerdo, para definir o programa a ser implementado, acrescentou.
A comunista também rechaçou a tese de que um eventual apoio ao PMDB seria incoerente. Quero primeiro compreender porque a ameaça de uma candidatura do PMDB é maior do que a de uma candidatura que é integrada pelo PSDB, que faz oposição ao presidente Lula, disse.
Jô e Leonardo Quintão se encontraram para acompanhar a votação do vice-presidente da República José Alencar (PRB). Ao avistar a comunista, Quintão não perdeu a chance de dar um recado. Se eu não fosse candidato, votava em você, menina, provocou o peemedebista. Bem humorada, Jô respondeu dizendo que votaria nela mesmo.
A participação de Jô Morares na campanha de Belo Horizonte foi marcada por um início promissor, seguido de estagnação e queda nas pesquisas de intenção de voto. Após liderar a corrida em julho, ela deverá fechar a apuração em terceiro lugar. A candidata atribuiu o resultado ao pouco tempo de propaganda no rádio e na televisão. Ela tinha um minuto e meio por bloco, enquanto Lacerda, dispunha de 12 minutos.