Jornal Correio Braziliense

Politica

Movimento de combate a corrupção eleitoral faz alerta contra maus políticos

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Neste domingo (05/10), em que milhões de eleitores em todo o país estão escolhendo prefeitos e vereadores, o Comitê Nacional do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) alerta para a importância dos votantes fazerem uma boa escolha, evitando votar em "candidatos que de alguma forma usam da estrutura da administração pública para se beneficiar, ou que façam compra de votos". A secretária Executiva do MCCE, Suylan Midlej afirma que muitas formas disfarçadas de corrupção eleitoral estão chamando a atenção da sociedade. Antes, determinados comportamentos dos políticos eram tidos por parte da população como normais, tendo em vista "a fragilidade em que está colocado o eleitor dos municípios mais pobres, nas questões que envolvem suas famílias ou seus amigos". Mas, ela ressalta que o eleitor ainda não está repelindo, como devia, o mal comportamento dos candidatos. O povo tem o direito constitucional de escolher livremente aqueles que julgar melhores para desempenhar uma função pública e não pode ser coagidos na hora de votar, dentro do que está assegurado na lei 9.840. Suylan Midlej lembra que muitas promessas dos candidatos, na verdade são de obrigação dos governos de oferecerem à população, como oferta de saneamento básico, criação de postos de saúde, e até a promessa de compra de ambulâncias, além de atendimento médico-odontológico, ligadura de trompas e oferecimento de dentaduras, "tudo feito como uma barganha com o voto". Em entrevista à Rádiol Nacional da Amazônia, Suylan Midlej diz que os eleitores estão sendo alertados por mais de 230 comitês do MCCE, em todo o país, com a participação de 37 entidades da sociedade civil sobre as responsabilidades do político eleito também em relação à correta aplicação do orçamento público e quanto à própria elaboração de leis que devem beneficiar a maioria da população. Midlej chama atenção também que a corrupção eleitoral envolve ainda o próprio uso de salas públicas para a realização de campanhas assim como a colocação de funcionários públicos para trabalhar em campanhas eleitorais no horário de expediente da sua repartição. Os casos de corrupção eleitoral denunciados ao MCCE são encaminhados ao Ministério Público, aos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) ou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e até à Polícia Federal.