Belo Horizonte - Ao encerrarem hoje (4) suas campanhas antes do primeiro turno da eleição municipal, os principais candidatos à prefeitura de Belo Horizonte deram mostras de que não estão seguros sobre a existência ou não do segundo turno. As últimas pesquisas Ibope e Datafolha indicam que Márcio Lacerda (PSB) pode liqüidar a fatura amanhã ou enfrentar Leonardo Quintão (PMDB) no dia 26 de outubro. A linha de definição é tênue, dentro da margem de erro de três pontos percentuais, para mais e para menos.
Inicialmente sem compromissos públicos previstos, Lacerda mudou sua agenda pela manhã e tomou café em uma livraria com o atual prefeito Fernando Pimentel (PT) que, assim como o governador Aécio Neves (PSDB), apóia o socialista, unindo partidos rivais no plano nacional. Nas palavras, o candidato manteve o comedimento.
;As pesquisas estão inconclusas, com um número grande de indecisos. Se não acontecer a vitória amanhã, vamos para o segundo turno com a mesma disposição, para defender a continuidade da gestão dessa prefeitura, que vem sofrendo ataques injustos;, afirmou Lacerda. ;Em nenhum momento, em mais de 100 entrevistas, eu disse que a gente venceria no primeiro turno;, acrescentou. Internamente, integrantes da equipe de Lacerda admitem que não há de fato convicção sobre a vitória já amanhã.
Leonardo Quintão foi a uma feira de artesanato de rua no bairro Nova Granada, acompanhado do ministro das Comunicações, Hélio Costa. Ouviu reivindicação de feirantes e se disse disposto a trabalhar até o ultimo momento pelo segundo turno. Ele projeta chegar próximo de 30% da preferência do eleitorado.
;Eu não posso perder tempo. Estou pedindo voto;, resumiu. Segundo Quintão, independentemente do resultado de amanhã, sua convicção é a de que a candidatura própria do PMDB valeu a pena. ;Participei de mais de 30 debates em escolas e quatro na televisão. Conversei com associações, melhorei propostas para a cidade e independente de resultado já saí vitorioso dessa eleição;, ressaltou o peemedebista.
A candidata Jô Moraes (PCdoB), que iniciou a corrida eleitoral em julho na lideranças das pesquisas e hoje, segundo as sondagens, não teria chances sequer de chegar ao segundo turno, terminou a campanha com imagens nítidas de esvaziamento. Uma carreata com poucos carros passou por bairros da região oeste da capital, até parar no Mercado Central. Lá, a candidata minimizou a precisão das pesquisas.
;A eleição de amanhã é imponderável. Tudo que foi pesquisado nesses dias poderá ser contestado pelo resultado das urnas;, argumentou.
Jô evitou confirmar apoio a Leonardo Quintão em um possível segundo turno, mas rebateu declarações de Márcio Lacerda no sentido que a comunista, ao criticar a aliança PSDB-PT, favorecia propostas políticas ultrapassadas.
;A velha política foi mais expressa numa aliança que concentrou dois caciques, dois palácios, uma cooperação impositiva de partidos, e transgrediu a legislação;, disse Jô, ao se referir à participação de Aécio Neves nas propagandas de Lacerda, considerada irregular em caráter liminar pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Segundo a candidata, se ela não estiver no segundo turno, definirá a quem apoiar a partir de uma discussão de compromissos programáticos e de consultas à direção nacional do PCdoB.