Os funcionários do cartório da 53ª Zona Eleitoral de Santa Catarina, em São João Batista, a 100 quilômetros da capital, Florianópolis, trabalham intensamente para concluir os preparativos da eleição do próximo domingo (5), em que a cidade será uma das três únicas do país a eleger prefeito e vereadores por meio de urnas biométricas, que identificam o eleitor por impressão digital.
Eles estão preparados para a tarefa desde junho, quando foi realizada uma eleição simulada no município como treinamento, com a participação de 800 eleitores selecionados pela Justiça Eleitoral. Agora, concluem a logística do processo de votação, com a organização do material que será empregado no dia da eleição.
Desta vez, será para valer, e estão em condições de votar 16 mil dos 22.089 residentes registrados nos 229 quilômetros quadrados de São João Batista em 2007, de acordo com o chefe do cartório, Airton Belarmino de Mendonça Morais Teixeira. Serão 48 sessões (cada sessão corresponde a uma urna), distribuídas por 12 locais de votação, onde estarão trabalhando 92 funcionários da Justiça Eleitoral, entre mesários, delegados de prédio e outros servidores.
A 53ª Zona Eleitoral compreende também os municípios próximos de Nova Trento e Major Gercino, mas os dois últimos não utilizarão urnas biométricas e sim as convencionais, em que o eleitor registra apenas o seu voto eletronicamente.
Além de São João Batista, a urna biométrica será usada apenas em mais dois municípios nesta eleição: Fátima do Sul, em Mato Grosso do Sul e Colorado do Oeste, em Roraima, como início do processo de implantação do sistema que deverá abranger todo o país até 2018, conforme a programação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A escolha de São João Batista para ser um dos três primeiros municípios do país a eleger prefeito e vereadores em urnas biométricas, segundo o chefe do cartório local, foi baseada em alguns critérios como a proximidade da capital do estado e não ter eleitorado com mais de 16 mil pessoas.
As urnas biométricas são equipamentos compostos de duas unidades: a urna eletrônica convencional, que registra o voto do eleitor, e a unidade de leitura biométrica, onde ele é identificado pela impressão digital. Para votar, o eleitor terá que registrar as impressões digitais de todos os dedos das duas mãos no sensor biométrico, um de cada vez, seguindo uma ordem pré-determinada.
O polegar direito é o primeiro da lista por ser o dedo que deixa impressão digital mais definida, segundo o chefe do cartório eleitoral de São João Batista. As impressões digitais ficarão arquivadas no sistema de informática da Justiça Eleitoral e, na próxima eleição, bastará colher a impressão de um dedo para identificar o eleitor.
Airton Belarmino explica que o eleitor poderá fazer três tentativas de registrar sua impressão na urna biométrica com cada dedo. Se não conseguir, terá que passar para o próximo. Isso pode ocorrer se a máquina não conseguir fazer o registro, caso o leitor ótico ou o dedo do eleitor esteja sujo, ou ainda se o votante tiver usado algum produto abrasivo nas mãos que prejudique a impressão digital.
De acordo com Teixeira, na eleição simulada feita em junho tudo deu certo. Agora, a expectativa é que no pleito deste domingo, com 20 vezes mais eleitores do que na experência, o sucesso se repita.
Em São João Batista, dois candidatos a prefeito e 103 a vereador vão disputar os votos do cidadão sanjoanense.