A Casa Civil determinou que secretárias da Presidência terão de devolver passagens aéreas, jóias, calçados, roupas, diárias de hotel, lingeries e outros presentes distribuídos numa festa promovida ontem por grandes empresas no Palácio do Planalto. A festa, realizada no Salão Oeste, espaço usado em cerimônias do presidente da República, causou perplexidade em funcionários do governo pelo marketing ostensivo de companhias como a TAM, Gol, Ocean Air e Web Jet e pela Coca-Cola.
O Código de Ética dos servidores temporários ou do quadro da Presidência proíbe presentes acima de R$ 100. Durante a festa foram sorteados bilhetes de passagens aéreas para Buenos Aires, diárias com direito a acompanhante em resorts e roupas de marca, "brindes" que ultrapassam o valor máximo estabelecido pela norma vigente desde 2002.
Assessores do governo não deram detalhes da devolução dos presentes. Também não informaram o número exato de passagens aéreas, diárias e jóias que terão de ser devolvidas. Ao longo do dia, técnicos do governo e autoridades fizeram várias reuniões para discutir as medidas que deveriam ser tomadas. O clima foi de constrangimento, segundo assessores.
A coordenadora de Relações Públicas da Presidência, Evanise Santos, que assessorou o ex-ministro José Dirceu, teve de dar explicações sobre a festa. Foi ela quem organizou o evento em comemoração ao Dia da Secretária. A Comissão de Ética Pública, que investiga autoridades, e a Comissão de Ética da Presidência, responsável em examinar a conduta de servidores, não se pronunciaram sobre o caso.