Jornal Correio Braziliense

Politica

PT e PMDB polarizam campanha em Salvador

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Aliados no governo federal, no governo da Bahia e, até abril, na administração municipal de Salvador, o PT e o PMDB polarizaram os debates nas últimas semanas antes do primeiro turno das eleições municipais e, com o amplo uso da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são os que têm as candidaturas que mais crescem entre os eleitores, segundo os últimos levantamentos. A pesquisa Datafolha, divulgada hoje, mostra evolução das intenções de votos no atual prefeito e candidato à reeleição, João Henrique Carneiro (PMDB), e em Walter Pinheiro (PT) Carneiro, da coligação "A Força do Brasil em Salvador" (PMDB-PTB-PDT-PMN-PSL-PSC-PP-PHS-PRTB), que no primeiro levantamento do instituto, em 22 de agosto, aparecia em terceiro lugar (17%), agora está na liderança, com 25%. Pinheiro, o quarto colocado no início da campanha, com 13%, subiu 9 pontos e agora está em terceiro, com 22%. Entre eles está Antonio Carlos Magalhães Neto, da coligação "A Voz do Povo" (DEM-PR-PRB-PTN-PTC-PSDC-PRP-PTdoB), que pela primeira vez não aparece na liderança nas pesquisas - agora tem 24%. Como a margem de erro é de 3%, os três estão em empate técnico A tendência já havia sido verificada pela pesquisa do Ibope, divulgada na segunda-feira. De acordo com o levantamento, Carneiro e Pinheiro, da coligação "Salvador, Bahia, Brasil" (PCdoB-PV-PT-PSB), dividem a segunda posição com 20% das intenções de voto, mas são superados por ACM Neto, que tem 28%. Ainda assim, o peemedebista teve um aumento de 6 pontos nas intenções de voto em relação à pesquisa anterior, de 15 de setembro, e Pinheiro avançou 4 pontos Atrás dos três está o tucano Antônio Imbassahy, da coligação "Para Melhorar Salvador" (PSDB-PPS). Imbassahy largou em segundo lugar na campanha, tecnicamente empatado com ACM Neto, com 24% das intenções, mas agora tem apenas 14%, segundo o Datafolha, e 13%, de acordo com o Ibope. Também concorre em Salvador o candidato da "Frente de Esquerda Socialista" (PCB-PSOL-PSTU), Hilton Coelho Atritos Os ataques entre PMDB e PT na capital baiana começaram em 8 de abril, quando os petistas decidiram deixar a administração municipal - na qual ocupavam quatro secretarias, entre elas a de maior orçamento, a da Saúde - para lançar uma candidatura própria à prefeitura. Na época, caciques peemedebistas, entre eles o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, acusaram explicitamente os petistas de traição e ameaçaram a retirada do apoio do partido ao governo estadual, liderado por Jaques Wagner (PT). A decisão constrangeu o presidente Lula e o próprio Wagner, que haviam dado declarações sugerindo à cúpula baiana do partido a manutenção da parceria. Então, o uso crescente da imagem de Lula nos programas do PMDB passou a mobilizar os petistas contra a candidatura de Carneiro. O alvo principal passou a ser a administração realizada pelo peemedebista, que rebatia lembrando que o PT fez parte da prefeitura durante quase todo o mandato. Semana passada, o conflito chegou ao ápice, com a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de proibir o PMDB de veicular a imagem de Lula em sua propaganda, acatando pedido do PT. A decisão fez com que os peemedebistas voltassem a acenar com a retirada do partido da base aliada de Wagner.