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PF decide pedir prorrogação do inquérito que investiga grampos ilegais

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A Polícia Federal vai solicitar à Justiça esta semana a prorrogação do inquérito que investiga as escutas telefônicas clandestinas realizadas contra autoridades dos três Poderes. Após um mês de investigações, a PF quer mais tempo para apurar detalhes sobre os grampos que flagraram conversa do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). A Justiça vai definir o prazo de prorrogação das investigações, que podem durar pelo menos mais 30 dias. Os delegados Willian Morad e Rômulo Berredo, que comandam o inquérito, mantêm os trabalhos da PF em sigilo. Os dois já ouviram Mendes e Demóstenes em depoimentos separados, mas não adiantaram detalhes do caso. Até agora, a PF também ouviu o depoimento do agente aposentado do SNI (Serviço Nacional de Informações) Francisco Ambrósio do Nascimento. Apontado como responsável pelos grampos ilegais contra senadores, deputados, ministros e autoridades do Judiciário, Ambrósio negou à PF ser responsável pelas supostas escutas clandestinas. Peritos da PF analisaram linhas telefônicas do Senado para averiguar supostas escutas clandestinas, mas não encontraram indícios de grampos nos telefones dos parlamentares. A Polícia Legislativa do Senado, em relatório encaminhado ao presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), negou que as escutas clandestinas realizadas contra um grupo de senadores tenham sido instaladas nas dependências do Legislativo. Denúncia Os grampos telefônicos ilegais foram denunciados pela revista "Veja", que publicou diálogo telefônico mantido entre o presidente do STF e o senador democrata no último dia 15 de julho. Mendes e o senador confirmaram a conversa. De acordo com a reportagem, a transcrição do diálogo foi repassada por um agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), impedida legalmente de realizar interceptações telefônicas. A PF nega ter feito escuta sem autorização judicial, mas abriu inquérito para apurar o caso. De acordo com a reportagem da revista "Veja", o suposto grampo ilegal aconteceu uma semana depois que a Polícia Federal deflagrou a Operação Satiagraha, na qual foi preso o dono do Opportunity Daniel Dantas, suposto chefe de um esquema de corrupção. O banqueiro deixou a prisão depois que o presidente do Supremo concedeu habeas corpus. A reportagem de "Veja" sustenta ainda que os telefones dos ministros José Múcio (Relações Institucionais) e Dilma Rousseff (Casa Civil), o ministro do STF Marco Aurélio Mello, e o chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, também foram grampeados. Após a denúncia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o afastamento temporário de toda a cúpula da Abin, incluindo Paulo Lacerda, ex-diretor geral da instituição.